Depois de fracassar nas eleições regionais, o líder independentista Artur Mas, do partido Convergência e União (CiU), foi reeleito nesta sexta-feira presidente do governo regional da Catalunha. Sua vitória foi assegurada pelos votos de sua legenda e também do partido independentista Esquerda Republicana da Catalunha (ERC).
Juntas, as duas legendas somaram 71 votos, três acima da maioria absoluta do Parlamento catalão. Ele tomará posse na segunda-feira e deverá formar o novo governo na quinta-feira.
O novo Parlamento regional, eleito no dia 25 de novembro, foi constituído na última segunda-feira. No pleito, Artur Mas esperava conseguir a maioria absoluta de 68 assentos, mas sua bancada acabou diminuindo de 62 para 50 deputados.
Saiba mais:
Saiba mais: Espanha vive incerteza com eleições que pretendem levar a Catalunha à independência
O CiU continuou sendo a maior bancada do Parlamento, mas foi obrigado a fazer alianças com outras forças políticas para poder governar. O pacto de governabilidade fechado com a ERC, legenda de esquerda independentista, permitiu a reeleição de Mas.
A ERC comemorou os resultados das eleições regionais ao tornar-se a segunda maior força parlamentar catalã – sua bancada aumentou de 10 para 21 deputados, deixando para trás o Partido Socialista, que ficou com 20 cadeiras ao perder 8 deputados.
O acordo entre CiU e ERC prevê a realização, no prazo de dois anos, de um referendo sobre a soberania da Catalunha. No entanto, o acordo contém uma cláusula que permite adiar esse referendo por causas justificadas. O governo espanhol lembrou às autoridades regionais catalãs que uma consulta como a que pretende realizar não está contemplada na Constituição, por isso seria ilegal.
O pacto prevê também a entrada em vigor de 9 novos impostos, incluindo um sobre os depósitos bancários. O acordo foi alcançado apesar de a ERC não concordar com a política de austeridade aplicada pelo governo de centro-direita de Artur Mas.
A comunidade autônoma da Catalunha, com 7,5 milhões de habitantes, é responsável por 18% do PIB espanhol, e é uma das mais ricas da Espanha. Este ano, no entanto, precisou recorrer ao fundo de resgate criado pelo governo espanhol para as regiões com problemas de financiamento.
(Com agência EFE)