Nacho Temiño.
Varsóvia, 4 mar (EFE).- A colisão frontal entre dois trens ocorrida no sábado à noite em uma das principais linhas da Polônia deixou ao menos 16 mortos e 58 feridos entre os 350 passageiros que viajavam nas composições.
Alguns feridos continuam em estado grave, sendo dois em coma, informou neste domingo o Ministério do Interior polonês. Dos 16 óbitos seis já foram identificados, um é americano e os demais são poloneses.
O acidente aconteceu por volta das 17h (de Brasília) de sábado perto da cidade de Zawiercie, na linha entre Varsóvia e Cracóvia, uma das principais do país, já que liga as duas cidades polonesas mais importantes.
Nos trens viajavam pessoas de diversas nacionalidades, como franceses e ucranianos. Um grupo de estudantes espanhóis que viajam até Cracóvia saiu ileso do acidente.
Os passageiros que não ficaram feridos foram acomodados em uma escola próxima ao local do acidente e depois transferidos de ônibus para Cracóvia.
O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, chegou de madrugada ao local da colisão, onde reconheceu que esse foi um dos acidentes ferroviários mais graves da história do país.
‘A realidade é muito mais dramática do que as imagens’, lamentou Tusk em frente ao amontoado de ferro no que se transformou um dos vagões.
Até o momento ainda não se sabe o porquê o trem que fazia o trajeto entre Varsóvia e Cracóvia estava na via errada, o que provocou a colisão frontal com a composição que vinha de Przemysl e seguia para capital polonesa.
A Promotoria polonesa abriu uma investigação. Donald Tusk ponderou que ainda não se deve pensar nos responsáveis pelo acidente, mas em como ajudar as vítimas e suas famílias.
‘A única coisa de que me lembro é do forte impacto’, contou um passageiro em entrevista à emissora de televisão ‘TVN24’.
‘Ouvimos os gritos das pessoas, mas não podíamos fazer nada além de rezar e esperar’, acrescentou o passageiro, que estava no 13º vagão do trem que seguia para Cracóvia.
Nas operações de resgate participaram 450 bombeiros e mais de 100 policiais. Os primeiros a chegar ao local do acidente, no entanto, foram os moradores da localidade.
O presidente polonês, Bronislaw Komorowski, que na manhã deste domingo esteve no local do incidente, agradeceu aos moradores pela rapidez no socorro às vítimas.
A Polônia conta com uma ampla rede ferroviária herdada do período comunista, embora não tenha trens de alta velocidade e grande parte de seu maquinário e da fiação elétrica estejam obsoletos.
Um dos principais objetivos do atual Governo polonês é reformar a estrutura ferroviária do país, usada diariamente por milhares de passageiros por causa dos baixos preços.
Neste ano, coincidindo com a realização da Eurocopa, milhares de turistas viajarão à Polônia, que terá Cracóvia e Varsóvia como as principais sedes do torneio, e muitos deles devem usar o serviço de trens que liga as duas cidades. EFE