Coalizão opositora venezuelana pede que Maduro renuncie
As declarações da coalizão se somam às posições do presidente do Parlamento de maioria opositora, Henry Ramos Allup, e do ex-candidato presidencial Henrique Capriles
A coalizão opositora da Venezuela, Mesa da Unidade Democrática (MUD), pediu nesta segunda-feira ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que renuncie e, deste modo, abra caminho para uma mudança de governo. “O primeiro passo é se afastar e permitir que a Venezuela construa uma saída pacífica, constitucional, eleitoral, democrática e acordada para esta crise”, disse o secretário-executivo da MUD e deputado, Jesús Torrealba.
As declarações de Torrealba se somam às posições do presidente do Parlamento de maioria opositora, Henry Ramos Allup, e do ex-candidato presidencial Henrique Capriles, que planejam antecipar o fim do mandato de Maduro por vias constitucionais. Na última sexta-feira, Ramos Allup declarou que o presidente “vai rejeitar tudo o que a Assembleia propuser” e, portanto, a MUD definirá posteriormente, em junho, um mecanismo legal para encurtar seu mandato de seis anos.
Leia também
Overdose de Maduro: discursos do presidente venezuelano em rede nacional já somam mais de 500 horas
Parlamento venezuelano rejeita decreto de emergência de Maduro
Madri convoca embaixador venezuelano após Maduro insultar Rajoy
Derrotado na eleição presidencial de 2013, Capriles declarou, na quinta-feira passada, que chegou a hora de convocar um referendo revogatório e planejar uma emenda constitucional que antecipe a saída do governante socialista. “O tempo constitucional para um referendo revogatório e para a emenda constitucional chegou”, declarou Capriles, líder da ala moderada da MUD.
Torrealba advertiu que a crise econômica venezuelana é de tal gravidade que não haverá recursos para cobrir os gastos fiscais de 2016. “Tenho razões políticas e econômicas para acreditar em que esta saída pacífica, constitucional, eleitoral e acordada é possível”, defendeu.
Maduro assegura que enfrenta uma “guerra econômica” promovida pela direita por empresários, além da queda dos preços do petróleo – commodity que sustenta as finanças do país.O mandato do chefe de Estado termina em 2019, mas as leis venezuelanas contemplam a possibilidade de convocar um referendo revogatório quando cumprir a metade do mandato, o que ocorrerá em 19 de abril.
(Da redação)