Cairo, 7 jul (EFE).- A Coalizão dos Jovens da Revolução egípcia, surgida durante os protestos que derrubaram o regime de Hosni Mubarak, anunciou neste sábado sua dissolução após o término da fase de transição política com a eleição do primeiro presidente civil na história do Egito.
Em entrevista coletiva realizada no centro cultural Sawy, no Cairo, o membro do Escritório Política da aliança Nasser Abdel Hamid afirmou que desde o início o grupo decidiu se dissolver assim que acabasse a transição, o que não significa o término da revolução.
‘A ideia da revolução e da mudança ainda permanecem nas ruas do Egito, por isso continuará, e os membros da aliança seguirão trabalhando, mas em outros marcos e agrupamentos’, declarou Abdel Hamid, ao ler um comunicado do grupo.
O ativista fez um balanço do trabalho da coalizão e afirmou que ‘foram adotadas decisões corretas e incorretas e às vezes houve divergências entre os membros’.
‘Agora só desejamos que o povo egípcio aceite bem o que fizemos e perdoe nossas falhas, já que a experiência não foi fácil’, ressaltou Abdel Hamid, que admitiu que o protagonismo da coalizão sofreu um retrocesso nos últimos protestos, o que também impulsionou a dissolução.
O fim da aliança ocorre uma semana após o islamita Mohammed Mursi tomar posse da Presidência egípcia, mas houve informações que apontaram que o grupo continuaria até a redação de uma nova Constituição, um assunto ainda pendente.
Entre os principais grupos que integraram a coalizão, figuram o Movimento 6 de Abril, os Jovens do Partido da Frente Democrática, o Movimento Justiça e Liberdade, a juventude da Irmandade Muçulmana e a campanha de apoio ao Prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, além de independentes. EFE