A violência contra as mulheres em manifestações no Egito são indignas da revolução e “desonrosas” para o Estado, afirmou nesta segunda-feira a chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton.
Em comentários muito duros, Clinton acusou as autoridades egípcias de falhar com as mulheres do país desde a revolução que em fevereiro passado derrubou o governo de Hosni Mubarak, excluindo-as do poder e humilhando-as nas ruas.
“Os recentes acontecimentos no Egito são particularmente chocantes. As mulheres são golpeadas e humilhadas nas mesmas ruas em que arriscaram suas vidas pela revolução há poucos meses”, disse Clinton.
O poder militar no Egito enfrentava nesta segunda-feira pressões internacionais para acabar com a repressão aos manifestantes no Cairo, que já deixou 12 mortos e centenas de feridos em quatro dias.
O Exército reconheceu que suas tropas bateram em uma mulher, que foi arrastada pela rua e teve parte do corpo descoberto. A imagem, amplamente divulgada nas redes sociais, provocou indignação no Egito.
Segundo Clinton, a maneira como são tratadas as mulheres na revolução egípcia “desonra o Estado e o uniforme” militar “e não é digna de um grande povo”, e mostra que foram excluídas do processo político.