Brasília, 13 jun (EFE).- Um levantamento feito pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), órgão vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), aponta que 43 índios foram assassinados no Brasil em 2011, oito a menos que no ano anterior, mas a violência contra eles se mantém e se agrava com péssimas condições de saúde e a pobreza.
Os dados constam em um relatório divulgado nesta quarta-feira e que destaca que o número de índios assassinados registrado em 2011 foi o menor desde 2003, quando começaram a ser medidos esses índices de violência.
Desde 2003 foram assassinados no Brasil 503 índios em meio a disputas pela propriedade das terras ou de incursões ilegais de empresas de diversos setores em suas reservas.
O Cimi indicou que ‘embora o número de mortes tenha sido mais baixo, o resultado não significa uma melhora no quadro geral de violência contra os povos indígenas’.
O relatório sustenta que as ‘tentativas de assassinato e as ameaças’ persistem e alerta para um aumento dos suicídios nas aldeias, o que atribui ao ‘desespero dos indígenas perante a omissão do poder público, simbolizada, entre outras coisas, pela inadimplência na regularização de suas terras’.
Segundo o Cimi, essa ‘omissão’ também se observa na área de saúde, com um número ‘insuficiente’ de médicos nas aldeias e com falta de remédios, centros de atendimento e transporte adequado.
No Brasil, segundo dados oficiais, existem cerca de 600 reservas indígenas, habitadas por mais de 480 mil membros de 227 etnias e que ocupam 115 milhões de hectares, que representam 13% do território nacional. EFE