Um ciclone tropical deixou ao menos 100 mortos na região de Puntland, localizada ao norte da Somália, durante o fim de semana. Segundo testemunhos colhidos pela rede britânica BBC, centenas de casas foram destruídas, e há pescadores desaparecidos nos mares do Chifre da África.
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“Eu enterrei dez membros da minha família. Uma chuva de granizo e uma tempestade mataram mais de 100 pessoas por aqui. Eu nunca tinha visto algo semelhante. Algumas pessoas foram jogadas para longe, e outras morreram após as suas casas desabarem sobre elas”, afirmou Hussei Abdullahi, um morador do distrito de Eyl, à agência Reuters. Os serviços meteorológicos acreditam que o fenômeno, batizado de 03A, se moverá pelo continente africano e continuará provocando tempestades até quarta-feira.
A ameaça de novas tragédias fez Abdirahman Farole, governante de Puntland, pedir ajuda da comunidade internacional, dizendo que a crise na região era “imensa”. “Informações preliminares também indicam que casas, construções, barcos e vilarejos inteiros foram destruídos. Cerca de 100 000 animais de pecuária morreram, ameaçando a vida de dezenas de milhares de moradores locais”, afirmou, por meio de um comunicado.
Segundo Mohamed Aideed Dirir, o ministro do Planejamento de Puntland, os serviços de emergência da Somália estão enviando dez caminhões abastecidos com comida, água e cobertores para as pessoas que ficaram desabrigadas. A região está sem eletricidade e as antenas de celular foram todas destruídas pelos ventos, o que dificulta a comunicação com o governo local. Segundo a BBC, a população residente em Puntland é extremamente pobre, embora a região seja rica em recursos energéticos. Os distritos localizados no Chifre da África também servem como base para piratas que atacam navios no leste do continente.
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Supertufão – Outro ciclone, ainda mais arrasador, atingiu o Sudeste Asiático neste fim de semana. O supertufão Haiyan matou 1.744 pessoas nas Filipinas, segundo balanços parciais do governo, e deixou um rastro de destruição em diversas cidades localizadas no arquipélago. A conta ainda deve subir. As autoridades estimam que mais de 10 000 tenham morrido durante a passagem do ciclone.