A China sugeriu nesta terça-feira, 12, que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas considerará a suspensão ou a retirada de sanções contra a Coreia do Norte se o país cumprir resoluções da ONU e obtiver progressos em negociações diplomáticas.
Horas após a reunião entre o ditador norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Singapura, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang, disse que as sanções no Conselho de Segurança contra a Coreia do Norte foram elaboradas para serem ajustadas e poderiam ser suspensas ou retiradas, de acordo com as atitudes do regime de Pyongyang.
O Conselho de Segurança poderia relaxar ou retirar as sanções se houver o cumprimento das medidas desejadas por parte dos norte-coreanos, disse Geng em Pequim. “As sanções não são um fim”, comentou. “Nós acreditamos que o Conselho de Segurança deveria fazer esforços para apoiar o impulso diplomático neste momento.”
A posição chinesa ecoa declarações do ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que pediu a retirada das sanções durante visita em maio a Pyongyang, capital norte-coreana. Já autoridades americanas dizem que as sanções duras garantiram a presença de Kim na mesa de negociações.
Após a reunião com Kim, Trump descartou um alívio imediato nas sanções. Segundo ele, esse recuo poderia ocorrer “quando estivermos seguros de que as armas nucleares não são mais um fator”.
Trump e Kim Jong-un prometeram nesta terça-feira trabalhar para a completa desnuclearização da Península Coreana e assinaram um documento “abrangente” no histórico encontro. Em troca, Washington se comprometeu a disponibilizar garantias de segurança para a Coreia do Norte, embora o comunicado conjunto não fosse muito específico.
O presidente sul-coreano, Moon Jae-in, que tem sido importante nos esforços de negociação com o Norte e com Kim, prometeu cooperação total. “O meu governo não poupará esforços para cooperar com os Estados Unidos, com a Coreia do Norte e com a comunidade internacional para garantir que o acordo possa ser implementado inteiramente”, disse Moon em nota.
Cooperação
Em entrevista coletiva após a reunião, Trump disse ainda que quer a China e a Coreia do Sul envolvidas nas negociações de um acordo de paz, para encerrar os setenta anos de enfrentamentos e tensões na península.
“Não posso imaginar que a China esteja contente com a presença de armas nucleares tão perto”, disse o presidente americano, que agradeceu a Pequim pela “grande ajuda” para que o encontro com Kim Jong-un ocorresse.
Apesar de elogiar a China por aplicar as sanções estabelecidas pela ONU contra a Coreia do Norte, fato que colocou pressão maior sobre Pyongyang, Trump disse que o governo de Xi Jinping deveria ser ainda mais incisivo nos próximos meses com seu aliado.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)