O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Zhao Lijian, refutou nesta terça-feira, 5, o alerta de Bill Nelson, administrador da NASA, de que a China estaria planejando dominar a Lua.
Lijian afirmou que os Estados Unidos tem criado campanhas de difamação contra as ações espaciais da China. Segundo ele, a Administração Espacial Nacional da China sempre promoveu a construção de um futuro compartilhado para a humanidade em suas atividades no espaço. Além disso, refutou que exista uma corrida armamentista no espaço.
“Esta não é a primeira vez que o chefe da NASA ignorou os fatos e falou de forma irresponsável sobre a China”, disse Lijian.
Nos últimos dez anos, a China investiu na atividade espacial com foco na exploração lunar. Em 2013, fez o primeiro pouso sem tripulação no corpo celeste e, atualmente, planeja o mesmo tipo de missões no polo sul da Lua. Além disso, pretende lançar foguetes poderosos o suficiente para enviar astronautas à Lua no final desta década e também está de olho em uma missão em Marte por volta de 2030.
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A China está construindo uma estação espacial de três módulos chamada Tiangong, que será rival da Estação Espacial Internacional (EEI). Os chineses são barrados de trabalhar na EEI, devido à lei americana que proíbe a NASA de compartilhar dados com Pequim. Por isso, Nelson disse que o programa espacial da China era militar e alegou que havia roubado ideias e tecnologia de outros.
“Devemos estar muito preocupados com o fato de a China estar pousando na Lua e dizendo: ‘É nosso agora e você fica de fora’”, alertou Bill Nelson no sábado 2, ao jornal alemão Bild.
Quando o Bild perguntou quais propósitos militares a China pode buscar no espaço, ele respondeu: “Bem, o que você acha que está acontecendo na estação espacial chinesa? Eles estão aprendendo a destruir os satélites de outras pessoas”.
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A NASA também começou o projeto de exploração Artemis que acontecerá nesta década. A agência planeja enviar uma missão com astronautas para orbitar a Lua em 2024 e fazer um pouso tripulado perto do polo sul lunar até 2025.