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TikTok admite acesso chinês a dados americanos e se defende de acusações

Segundo CEO, todo o tráfego de usuários americanos está sendo transferido para armazenamento nos EUA

Por Renan Monteiro Atualizado em 2 jul 2022, 17h52 - Publicado em 1 jul 2022, 21h34

Por trás do entretenimento com vídeos curtos e virais, o TikTok vem travando uma batalha estrondosa para sair da mira de legisladores nos Estados Unidos. Nesta semana, no contexto de fortes especulações sobre a possível transferência de dados sensíveis de americanos para o governo chinês, o CEO da empresa, Shou Chew, respondeu uma série de dúvidas encaminhadas por um grupo de senadores republicanos. O foco de políticos como Jerry Moran, Ted Cruz e Marsha Blackburn são os riscos com “a segurança nacional”.

Em resposta aos senadores, na quinta-feira, 30, Shou Chew disse que os dados de usuários americanos nunca foram fornecidos pela empresa ao Partido Comunista Chinês (PPC) ou requisitados pelo governo. Mas também escreveu que funcionários de fora dos EUA, até mesmo os baseados na China, podem acessar dados dos usuários americanos por meio de uma “série de controles de cibersegurança e protocolos de aprovação supervisionados por nossa equipe de segurança que fica nos EUA”. O TikTok, segundo o documento, gerencia os dados em um sistema interno de classificação da sensibilidade das informações.

Em 2020, o então  presidente Donald Trump exigiu a venda da rede social pela chinesa ByteDance para que a rede pudesse continuar operando no país. Chegou-se a anunciar um acordo de aquisição de parte do TikTok pela empresa de tecnologia Oracle, sediada na Califórnia, apesar de o fechamento da venda não ter ocorrido.

No entanto, segundo o executivo chinês, 100% do tráfego de usuários dos EUA está sendo transferido para o sistema de armazenamento em nuvem fornecido pela Oracle, em acordo com o atual do governo. “Ainda estamos usando nossos data centers nos EUA e em Cingapura para backup, mas à medida que continuarmos nosso trabalho para entregar a governança de dados aos EUA, esperamos excluir os dados dos usuários americanos de nossos próprios sistemas”, apontou. Engenheiros da ByteDance ainda poderiam colaborar para o desenvolvimento de algoritmos no TikTok, por exemplo.

Na avaliação da advogada Tatiana Coutinho, especialista em privacidade e proteção de dados do escritório Lima Feigelson Advogados, não é conspiratório achar que a China poderia ter interesses em dados de usuários nos EUA e/ou no globo. “Existem dois tipos de dados. Além dos dados que os próprios usuários tornam público, há aqueles recorrentes de inferência. De acordo com os cliques, web beacons (monitoramento do tráfego) e cookies é possível traçar um perfil dos usuários e inferir preferências muito preciosas” diz. 

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Segundo a especialista, com um estágio de vigilância muito elevado, a China poderia ter interesse em redes sociais monitoradas para aumentar esse nível de vigilância interna ou externamente. “Dependendo dos dados extraídos nas redes é possível fazer também outras inferências a partir de outra base de dados e chegar a muito próximo de identificação e segmentação de grupos para vantagens comerciais, por exemplo”, avalia.

Mais pressão

Ainda essa semana, Brendan Carr, membro da Comissão Federal de Comunicações, defendeu que a Apple e Google deveriam remover o TikTok de suas lojas de aplicativos. O Comitê de Investimento Estrangeiro nos Estados Unidos, que examina as compras estrangeiras de empresas americanas, também segue pressionando os executivos do TikTok.

No comunicado desta quinta, 30, Shou Chew informou que funcionários baseados na China ou em qualquer parte do globo tem acesso a um conjunto de dados públicos e não confidenciais autorizado pelos usuários do TikTok. Os dados seriam necessários para garantir a “interoperabilidade global” na rede social, isto é, a operação integrada e contínua para o melhor funcionamento da rede.

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