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China ameaça represália ao presidente de Taiwan: ‘Separatista perigoso’

Lai Ching-te tomou posse há dois dias como líder da ilha democrática no Pacífico, que Pequim considera ser parte de seu território

Por Da Redação
Atualizado em 22 Maio 2024, 09h56 - Publicado em 22 Maio 2024, 09h44

O governo da China lançou ameaças contra Taiwan nesta quarta-feira, 22, alertando que planeja represálias devido ao discurso de posse do novo presidente da ilha, Lai Ching-te. Eleito em janeiro, ele assumiu o cargo na segunda-feira 20, quando disse que “não fará concessões” em termos de liberdade e democracia e reafirmou a soberania taiwanesa. Já Pequim considera Taiwan como parte do território chinês, sob o princípio de “Uma Só China”.

Em um comunicado, o Gabinete para Assuntos de Taiwan (TAO) do governo chinês qualificou o discurso de Lai como “uma confissão franca da independência de Taiwan”, rotulando o novo presidente como um “separatista perigoso”.

“Ninguém mais do que nós quer alcançar a reunificação da pátria através de meios pacíficos”, disse o comunicado atribuído ao porta-voz do TAO, Chen Binhua. “No entanto, devemos contra-atacar e punir as autoridades do DPP (Partido Progressista Democrático de Taiwan, ao qual Lai é afiliado) por conspirarem com forças externas para perseguir provocações de ‘independência’.”

Lai tomou posse na segunda-feira, depois de um longo mandato como vice de sua antecessora, Tsai Ing-wen. Já era esperado que Pequim reagisse mal ao discurso de posse, já que considera Taiwan como uma parte “inalienável” da República Popular da China e chama a “reunificação” de inevitável. Qualquer discurso que não fosse por essa linha estava fadado a provocar uma reação negativa.

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O jornal China Daily, espécie de banner nacional do Partido Comunista Chinês, dedicou uma página inteira à resposta de Pequim na terça-feira. Já o tabloide Global Times, que também reproduz as opiniões do governo, alertou: “A ‘independência de Taiwan ao estilo Lai’ só irá exacerbar o confronto e a instabilidade através do Estreito, conduzindo inevitavelmente à auto-superestimação e à autodestruição (de Taiwan)“.

Lai é conhecido pelas opiniões mais fortes sobre a independência de Taiwan, sendo mais radical do que Tsai. No entanto, moderou a sua posição nos últimos anos e prometeu dar continuidade à missão de sua antecessora: proteger o status quo – ou seja, manter tudo como está, preservando a soberania da ilha sem provocar uma agressão chinesa com uma declaração formal de independência.

Seu discurso de posse seguiu essa linha mais moderada, mas ainda há diferenças cruciais na forma como ele fala sobre as relações Taipé-Pequim. Tsai costumava evitar mencionar os distintos nomes dos dois territórios, para evitar que o governo chinês visse a diferenciação como afronta ao conceito de “Uma Só China”. Ao invés disso, dizia apenas “os dois lados do Estreito”. É uma estratégia de ambiguidade que Lai escolheu não abraçar. No discurso de posse, ele deixou claro que a Constituição “diz claramente: a República da China (ROC, como é chamada Taiwan) e a República Popular da China (RPC, a China continental) não estão subordinadas uma à outra”.

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Anteriormente, a China teria estabelecido o objetivo de tornar-se capaz de invadir e absorver Taiwan até 2027, um prazo contido no primeiro mandato de Lai. Por enquanto, Pequim usa outros meios para pressionar a ilha a aceitar uma anexação, incluindo coerção econômica, isolamento diplomático, guerra psicológica e exercícios militares perto da costa taiwanesa – ações que devem continuar.

O discurso de Lai enfatizou que sua administração pretende desenvolver e ampliar medidas defensivas e de dissuasão de Taiwan, alertando a população para não “nutrir quaisquer ilusões” sobre a China.

“Enquanto a China se recusar a renunciar ao uso da força contra Taiwan, todos nós em Taiwan devemos compreender que, mesmo que aceitemos a totalidade da posição da China e renunciemos à nossa soberania, a ambição da China de anexar Taiwan não irá simplesmente desaparecer”, ele disse.

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