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Chefe da ONU pede investigação independente sobre ataque de Israel

Tropas israelenses abriram fogo contra uma fila de comida, matando mais de 100 pessoas e deixando outras 760 feridas

Por Da Redação
Atualizado em 1 mar 2024, 15h55 - Publicado em 1 mar 2024, 15h08

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta quinta-feira, 29, que o ataque de Israel contra um grupo de palestinos em uma fila de comida, responsável pela morte de mais de 100 pessoas e por deixar outras 760 feridas, requer uma investigação independente. Em São Vicente e Granadinas para a 8ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), o chefe da ONU disse estar “chocado” com o incidente, considerado como “massacre” pelo Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo palestino radical Hamas.

No X, antigo Twitter, complementou que condena o ataque no momento em que a população procurava por “ajuda vital” e destacou que os “civis desesperados em Gaza precisam de ajuda urgente, incluindo os do Norte, onde a ONU não consegue entregar ajuda há mais de uma semana”. Horas depois, quando o número de palestinos mortos alcançou a marca de 30 mil, Guterres expressou estar “consternado com o trágico custo humano do conflito em Gaza” e reiterou o “apelo a um cessar-fogo humanitário imediato e à libertação incondicional de todos os reféns”.

O coro por uma investigação independente foi engrossado por uma gama de países, incluindo França, Itália e Alemanha. Sobre o incidente, o presidente francês, Emmanuel Macron, aumentou o tom e disse que os palestinos foram “alvos de soldados israelenses”.

O chefe da Política Externa da União Europeia, Josep Borrell, definiu a operação como “carnificina totalmente inaceitável” — opinião compartilhada pelo Itamaraty, que afirmou que “trata-se de uma situação intolerável, que vai muito além da necessária apuração de responsabilidades pelos mortos e feridos” e que “as aglomerações em torno dos caminhões que transportavam a ajuda humanitária demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil”.

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“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão”, advertiu o comunicado brasileiro. “A humanidade está falhando com os civis de Gaza. E é hora de evitar novos massacres.”

+ Ataque contra fila de comida mata 104 em Gaza, dizem autoridades locais

Versões de Israel

Em resposta às críticas, o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (FDI), Daniel Hagari, disse que os civis cercaram o comboio e subiram nos caminhões de ajuda humanitária do Egito. Ele alegou que “alguns começaram a empurrar violentamente e até atropelar outros habitantes de Gaza até à morte, saqueando os fornecimentos humanitários”, resultando “em dezenas de habitantes de Gaza mortos e feridos”.

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Outro porta-voz das FDI, Peter Lerner, contou mais uma versão sobre as causas do assassinato em massa, argumentando que civis se aproximaram de um posto de controle a 70 metros de distância e ignoraram os tiros de advertência, de forma a provocar uma “resposta limitada” dos soldados. Em contrapartida, o Hamas disse que há evidências “inegáveis” de “disparos diretos contra cidadãos, incluindo tiros na cabeça destinados à morte imediata”.

+ Hamas e Israel divergem sobre causa das mortes em entrega de ajuda em Gaza

Conselho de Segurança da ONU

Em meio às pesadas críticas, o Conselho de Segurança da ONU marcou uma reunião de emergência a portas fechadas para discutir o incidente, no qual a Argélia – representante árabe do órgão – culpou as tropas israelenses de “abrirem fogo”, por meio de um projeto de declaração. A moção foi apoiada por 14 dos 15 membros, mas foi bloqueada pelos Estados Unidos, informou a agência de notícias Associated Press.

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No início da guerra Israel-Hamas, em 7 de outubro, o governo americano logo tratou de estender apoio “sólido e inabalável” a Israel. A escalada de violência no enclave palestino e a disparada de mortes civis, no entanto, fizeram o presidente dos EUA, Joe Biden, mudar o discurso. Em dezembro, condenou os bombardeios “indiscriminados” e disse que a administração do premiê estava “tornando tudo muito difícil”. Dois meses depois, o democrata ponderou que a reação israelense havia sido “exagerada” e defendeu uma “pausa sustentada” das hostilidades para permitir a libertação de reféns e a entrada de ajuda humanitária.

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