Caracas, 6 mar (EFE).- O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi convidado a abrir a 18ª edição do Foro de São Paulo, que será realizada em Caracas de 4 a 6 de julho deste ano, informaram nesta terça-feira os organizadores do evento, que coincidirá com o início da campanha para as eleições presidenciais no país.
‘A expectativa é que no dia 5 de julho o ato de instalação pública seja feito pelo presidente Hugo Chávez, se Deus quiser, com sua vontade’, disse hoje à Agência Efe o coordenador da Comissão de Assuntos Internacionais do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Rodrigo Cabezas.
Chávez, que se recupera de uma operação à qual foi submetido em 26 de fevereiro, em Havana, para a retirada de um segundo tumor cancerígeno, anunciou que receberá um tratamento de radioterapia e que, embora não tenha quadro de metástase, deve manter um disciplinado processo de recuperação.
Secretário-executivo do Foro de São Paulo e membro do PT, o brasileiro Valter Pomar disse à Efe que este será o primeiro encontro de partidos latino-americanos de esquerda que a ser realizado na Venezuela, e que ‘tem características muito interessantes’ porque ‘coincide com a corrida eleitoral’ no país.
‘É óbvio que o presidente, durante os meses de março e abril, estará submetido a um processo de recuperação, mas a campanha formalmente começa em 1º de julho deste ano’, declarou, por sua vez, Cabezas.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela estabeleceu que a campanha política acontecerá de 1º de julho a 4 de outubro, quando faltarão três dias para o pleito no qual Chávez espera conseguir sua terceira reeleição.
Pomar afirmou que o tema central do fórum será a crise mundial, seu impacto na região e as opções ‘que os governos progressistas’ da região ‘estão oferecendo’ ao planeta. Ele indicou que embora ‘os temas locais’ dos países que participam do fórum não serão debatidos, ‘terão uma incidência muito grande’ no evento.
‘A esquerda latino-americana quer dialogar com a esquerda mundial e oferecer e debater sua experiência sobre como enfrentar a crise’, disse o secretário-executivo.
Segundo Pomar, os governos de esquerda da região conseguiram enfrentar com mais êxito ‘as políticas neoliberais’, por isso, segundo sua opinião, estão atualmente ‘mais fortes’ do que seus similares em outras partes do mundo.
Durante o fórum também será abordado o tema do ‘colonialismo na América Latina e no Caribe’, no qual constará o conflito da Argentina e Inglaterra pela soberania das ilhas Malvinas e o caso de Porto Rico, que, de acordo com Pomar, ‘é uma colônia dos Estados Unidos’.
Os organizadores disseram esperar a participação de organizações de esquerda de todas as partes do mundo, e que já foram confirmadas as presenças de ‘forças políticas da Europa e de 17 países da África’. EFE