Chanceler britânico inicia visita histórica a Mianmar
William Hague pressionará presidente birmanês a libertar presos políticos
O ministro das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, começou nesta quinta-feira uma visita histórica a Mianmar, a primeira de um chefe da diplomacia britânica em mais de 50 anos, para impulsionar as reformas democráticas na antiga colônia. Hague conversa agora com o presidente de Mianmar, o ex-general Thein Sein, e alguns ministros de seu gabinete na capital birmanesa, Naypyidaw, segundo o diário Irrawaddy.
Durante a visita oficial de dois dias também está previsto um encontro com a líder opositora e Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, na sexta-feira, em Yangun. Trata-se da primeira viagem de um chefe da diplomacia britânica a Mianmar desde 1955, sete anos antes do golpe militar do general Ne Win. “Visitarei o país para estimular o governo birmanês a seguir no caminho das reformas e saber o que a Grã-Bretanha pode fazer para ajudar neste processo”, afirmou Hague em comunicado antes de viajar a Mianmar.
Presos políticos – O chefe da diplomacia britânica pressionará Sein para libertar todos os presos políticos do país, uma medida que a comunidade internacional considera imprescindível para que o processo de reformas iniciado no país asiático tenha alguma credibilidade.
O número de presos políticos em Mianmar é controverso, já que as autoridades reconheciam apenas umas poucas centenas no início de 2011, enquanto a Liga Nacional pela Democracia (LND), partido da oposição dirigido por Suu Kyi, contava 600 em novembro. Já a Associação de Assistência aos Presos Políticos de Mianmar oferece uma lista com 1.572 nomes, contando ainda com os 30 libertados na quarta-feira pela anistia decretada pelo 64º aniversário da independência do país.
Promessas – Após quase meio século sob regimes ditatoriais, o presidente birmanês anunciou uma “transformação rumo a uma sociedade mais aberta e plural” com a dissolvição, em março de 2011, da Junta Militar que controlava o país. O poder foi transferido a um governo civil, mas há dúvidas sobre o caráter das reformas, já que quase todos os membros do governo são militares que deixaram seus cargos para assumir a nova função.
(Com agência EFE)