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Cessar-fogo fracassa e governo sírio volta a bombardear rebeldes

Bombas começaram a cair em Idlib minutos após o fim do armistício; Turquia e Estados Unidos negociam paz em região controlada pelos curdos

Por Da Redação
6 ago 2019, 17h43
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  • Cinco dias após o anúncio do cessar-fogo, o governo sírio retomou, nesta terça-feira, 6, os bombardeios contra o último bastião dos rebeldes na província de Idlib,no nordeste da Síria, O regime de Bashar Assad acusa os insurgentes, com apoio da Turquia, de violarem a trégua.

    Comunicado do Exército veiculado pela mídia estatal síria diz que os “grupos terroristas apoiados pela Turquia se recusaram a manter o cessar-fogo e realizaram diversos ataques contra a população civil na região”.

    O cessar-fogo fora anunciado na quinta-feira 1 após uma reunião entre o governo sírio e representantes dos insurgentes em Nursultan, capital do Cazaquistão. O armistício seria concretizado apenas se os rebeldes cumprissem com um outro acordo feito entre Russia, que apoia o governo sírio, e a Turquia, que apoia a oposição, para estabelecer uma zona desmilitarizada em Idlib. A ideia era forçar uma retirada das tropas oposicionistas (entre eles, grupos filiados a Al-Qaeda), o que não ocorreu.

    O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), com sede no Reino Unido, informou que os ataques aéreos do governo sírio começaram minutos após o cessar-fogo ter sido cancelado. Pouco tempo depois, a força aérea russa se juntou aos ataques. Os alvos estão localizados no interior da província.

    O armistício foi acordado após uma campanha de três meses de bombardeios incessantes em Idlib sob a liderança de Damasco e com apoio russo. Desde abril, centenas de rebeldes e  730 civis perderam suas vidas – dos quais 180 eram crianças -, segundo a OSDH. A organização também informou, em outro relatório, que cerca de 400.000 pessoas deixaram suas casas em decorrência dos bombardeios.

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    Estados Unidos adverte a Turquia

    Ao mesmo tempo em que as forças do governo sírio e da russa retomam os bombardeios em Idlib, a Turquia se preparava para lançar uma operação contra o exército Curdo Unidade de Proteção Popular (YPG) no norte do país. Ancara vê esses combatentes como terroristas, porém, estes são aliados dos Estados Unidos e que tiveram grande importância na retomada de boa parte do território que era controlado pelo Estado Islâmico (EI).

    No domingo 4, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que o país iria começar uma operação militar em uma área controlada pelo YPG ao leste do rio Eufrates. O governo americano, por outro lado, informou que fará de tudo para evitar uma ação unilateral de Ancara.

    “Acreditamos que qualquer ação unilateral por parte deles [Turquia] será inaceitável” disse o secretário de Defesa americano Mark Esper a jornalistas nesta terça-feira, em uma visita ao Japão. “O que nós estamos tentando fazer é trabalhar em um acordo”, afirmou.

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    Tanto o governo de Ancara como o de Washington negociam uma zona segura ao leste do rio Eufrates. A ideia da zona segura é manter os curdos uma distância acima de 40 quilômetros da fronteira turca. Na segunda-feira, o Ministério da Defesa da Turquia emitiu uma nota dizendo que as conversas com os americanos estão avançando e que parte das negociações já está concluída.

    As relações entre Estados Unidos e Turquia se mantém abaladas desde que Washington  expulsou Ancara do projeto de desenvolvimento dos aviões de combate F-35 por ter comprado o sistema anti-aéreo S-400, da Rússia.

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