Sydney (Austrália), 3 fev (EFE).- As equipes de resgate continuam nesta sexta-feira pelo segundo dia consecutivo as buscas por uma centena de pessoas desaparecidas em Papua Nova Guiné no naufrágio de um navio, onde há temores que tenham ficado presas.
O Rabaul Queen navegava entre a localidade turística de Kimbe, situada na ilha de Nova Bretanha, e Lae, no litoral nordeste da ilha de Papua, quando afundou na madrugada de quinta-feira a cerca de 80 quilômetros do local onde iria ancorar.
Rony Naigu, membro da equipe de resgate de Papua Nova Guiné, disse que as pessoas desaparecidas podem estar dentro do navio, que pouco antes de afundar recebeu o impacto de três grandes ondas, informou a rádio australiana ‘ABC’.
Segundo a Autoridade Australiana de Segurança Marítima, que participa das operações de socorro, até o momento foram resgatadas 246 pessoas, que foram transferidas para Lae.
Alice Kakamara, uma das sobreviventes, relatou à ‘ABC’ que quando ocorreu o naufrágio ‘o mar estava revolto, havia vento e grandes ondas’.
‘O navio inclinou uma vez, duas e na terceira virou. Havia combustível por todos os lados’, explicou a mulher de 30 anos, que está internada em um hospital de Lae, a segunda maior cidade de Papua Nova Guiné.
Muitos sobreviventes foram atendidos por terem inalado substâncias tóxicas, além de fraturas ósseas e estresse.
‘Nenhum deles tem ferimentos graves’, disse o presidente da Câmara de Comércio de Lae, Alan McLay, ao canal de televisão ‘Sky News’.
As autoridades do país, que até agora não registraram nenhuma morte, tentam elaborar uma relação das pessoas desaparecidas com as informações fornecidas pelas famílias.
Muitos parentes se reuniram no escritório da empresa Rabaul Shipping, que foi apedrejado na noite de quinta-feira por pessoas angustiadas pela falta de notícias, informou a imprensa local.
Os trabalhos de resgate se complicaram nesta sexta, pois ‘a maré passou de moderada a forte à medida que os ventos ficaram mais intensos’, disse o chefe interino da Autoridade de Segurança Marítima de Papua Nova Guiné, Nurur Rahaman.
Para ele, devido às condições meteorológicas pouco favoráveis, não é provável que outras pessoas sejam encontradas no mar nesta sexta-feira.
A companhia proprietária do navio confirmou que cerca de 350 pessoas, entre elas 12 membros da tripulação, viajavam no navio, cuja capacidade máxima era de 310 passageiros.
Alguns sobreviventes relataram à rádio neozelandesa que o número de passageiros ultrapassava em cerca de 200 a capacidade permitida.
O inspetor Samson Siguyaru disse que a maioria dos passageiros era formada por estudantes que retornavam para o início do ano letivo. EFE