Bangcoc, 19 nov (EFE).- A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, declarou neste sábado que o centro comercial de Bangcoc está livre do perigo das inundações, depois que o número de vítimas mortais chegou perto de 600 e os desabrigados já ultrapassam os cinco milhões.
Durante seu programa semanal de rádio, Yingluck explicou que a situação se estabilizou e pode agora garantir que a tromba d’água que ainda desce do norte do país em direção ao mar não entrará na área de Bangcoc.
Embora o centro financeiro da capital esteja salvo, muitos moradores da periferia começaram a perder a paciência após semanas com suas casas inundadas com água contaminada.
Estes desabrigados não querem que as autoridades dediquem todos seus esforços para salvar o centro e que os outros habitantes de Bangcoc sofram desamparados. Os mais impacientes destroem os muros de contenção para liberar parte de água que alaga seus bairros.
Na quinta-feira, seis pessoas ficaram feridas na explosão de uma bomba artesanal em um dique próximo ao aeroporto de Don Muang, ao norte de Bangcoc, enquanto uma centena de tailandeses tentava reparar uma brecha aberta por moradores da área inundada do outro lado da barreira.
O Ministério de Transporte calcula que o aeroporto de Don Muang não voltará a funcionar antes de um mês.
As inundações, as piores em 50 anos na Tailândia, alagaram sete parques industriais; várias universidades e colégios, o que causou o atraso do início do ano letivo; e forçaram centenas de milhares de pessoas a viverem em centros de evacuação.
As enchentes começaram no último mês de julho com o transbordamento de rios e pântanos do norte e da região central por conta das copiosas chuvas da monção e de três tempestades tropicais consecutivas.
O problema principal não foi uma maior quantidade de precipitações, mas a falta de coordenação das autoridades para canalizar através da rede de canais e açudes a água que caía. EFE