Bruxelas, 27 fev (EFE).- A chefe de diplomacia da União Europeia (UE), Catherine Ashton, declarou nesta segunda-feira estar ‘prudentemente otimista’ sobre a possibilidade de retomar as negociações entre a comunidade internacional e o Irã a respeito do programa nuclear do país persa.
Em declarações a jornalistas, Catherine disse que a carta que lhe enviou recentemente o chefe negociador iraniano, Saeed Jalili, ‘sugere que deveríamos considerar voltar ao diálogo’ e explicou que o chamado Grupo 5+1 está estudando se o oferecido por Teerã é o ‘suficiente’ para ir à mesa de negociações.
‘Eu estou prudentemente otimista sobre isso’, garantiu. Uma vez determinado isso, será o momento de decidir onde serão realizados os contatos, em que consistirão as conversas e antes de tudo deve ser feito o trabalho técnico.
O ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, considerou nesta segunda-feira que a oferta de negociações dos iranianos ‘é basicamente satisfatória’ e que agora será uma questão de ‘tempo’ para que uma reunião seja realizada.
O Irã anunciou na semana passada sua intenção de discutir com o Grupo 5+1, composto pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (China, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido e França) mais a Alemanha e colocou Istambul como possível cenário.
Porém, a França afirmou nesta segunda-feira que por enquanto não vê as condições necessárias para discutir diretamente com Teerã.
‘Nossa postura é muito clara: estamos prontos para retomar o diálogo sempre que o Irã der sinais claros de sua boa vontade e não é este o caso por enquanto’, disse aos jornalistas o ministro das Relações Exteriores francês, Alain Juppé.
Entre as causas, Juppé citou o ‘fracasso’ da recente missão de analistas da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), à qual o Governo iraniano negou o acesso a uma controvertida instalação militar próxima a Teerã, onde há suspeita de abrigar atividades relacionadas com um programa nuclear bélico.
A priori, o Irã não está na agenda da reunião realizada nesta segunda-feira em Bruxelas pelos ministros europeus das Relações Exteriores, que aprovaram em janeiro uma série de sanções que incluíam um embargo às importações de petróleo iraniano. EFE