Casal envolvido em caso de escravidão em Londres paga fiança e é libertado
Ambos têm 67 anos e não são cidadãos britânicos, informou a polícia metropolitana. Valor da fiança não foi divulgado
O casal detido em Londres por causa do encarceramento domiciliar de três mulheres ‘escravas’ foi libertado mediante pagamento de fiança, informou nesta sexta-feira a polícia. Um homem e uma mulher, ambos de 67 anos, cujas identidades não foram reveladas, estavam detidos desde ontem. Segundo a polícia metropolitana de Londres, braço da Scotland Yard, os dois não têm nacionalidade britânica e ficarão em liberdade até, no mínimo, janeiro. Os valores da fiança pagos pelo casal não foram divulgados.
O secretário de Estado britânico de Interior, James Brokenshire, disse à rede BBC que “a escravidão é uma dessas situações que as pessoas pensam que só existem nos livros de história. A triste realidade é que ainda existe”. Brokenshire afirmou também que espera apresentar no Parlamento um projeto de lei sobre escravidão para reforçar as penas para os responsáveis de casos deste tipo.
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A polícia continua com suas investigações sobre o caso que comoveu a Grã-Bretanha. Três mulheres – uma malaia de 69 anos, uma irlandesa de 57 e uma britânica de 30 – ficaram sob as ordens do casal no bairro de Lambeth (sul de Londres) durante mais de 30 anos. As três conseguiram abandonar a propriedade na qual viviam graças à intervenção da ONG britânica Freedom Charity e da polícia.
Segundo a ONG, as três viviam em “horríveis condições” e foram regatadas em 25 de outubro depois que uma delas fiz uma ligação telefônica para a Freedom Charity. “As três mulheres, que estavam muito traumatizadas, foram levadas para um lugar seguro”, disse Kevin Hyland, inspetor da polícia metropolitana de Londres. Aneeta Prem, fundadora da Freedom Charity, disse à rede Sky News que as mulheres eram mantidas em um regime de “escravidão doméstica” e tinham medo de deixar a casa por causa do casal que acabou sendo preso.
“Elas tinham um pavor absoluto dessas duas pessoas”, disse Prem. Ela acrescentou ainda que as vítimas foram submetidas a uma série de abusos físicos e mentais ao longo dos anos, mas que não havia elementos sexuais no cativeiro. Ainda segundo a fundadora da Freedom Charity, a casa onde elas eram mantidas tinha aparência comum e os vizinhos aparentemente não desconfiaram de nada.
(Com agência EFE)