Casa Branca diz que EUA deixarão na Síria 200 de seus 2.000 militares
Trump negocia com o presidente turco Erdogan a criação de uma "zona segura" na fronteira com o território sírio; permanência pode estar relacionada
O governo dos Estados Unidos informou, nesta quinta-feira 22, que deixará na Síria 200 dos 2.000 militares que mantém no país atualmente quando for efetivada a retirada de tropas americanas anunciada pelo presidente, Donald Trump, em dezembro do ano passado.
“Um pequeno grupo de forças de paz de 200 (integrantes) seguirá na Síria por um período de tempo”, que não foi definido, afirmou em comunicado a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.
Trump anunciou em dezembro a retirada das tropas que os EUA mantêm na Síria como parte da coalizão contra o Estado Islâmico (EI) por considerar que tinham cumprido sua missão de derrotar este grupo jihadista.
Antes do Natal, o Pentágono informou do início formal do processo de retirada de tropas, mas não ofereceu detalhes sobre prazos. Na Síria, as tropas americanas combatem junto com as Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança liderada por milícias curdas.
Nesta quinta-feira, Trump falou por telefone com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que considera as FDS como grupos terroristas. Os chefes de Estado conversaram sobre a possível criação de uma “zona segura” na Síria segundo informou a Casa Branca, que não ofereceu mais detalhes.
Em janeiro deste ano, Erdogan já disse que tratava junto a Trump da formação de uma “zona de segurança” no norte da Síria, ao longo da fronteira com a Turquia e dominada pelo exército turco.
Segundo Ancara, para essa área sem “terroristas” poderiam retornar os milhões de sírios refugiados enm seu território. “A nossa intenção é estabelecer zonas seguras às quais possam retornar os quatro milhões de sírios que estão no nosso país. Acredito que o número de sírios que retornariam superaria os milhões, uma vez que haja zonas seguras”, declarou o presidente turco.
Erdogan afirmou ainda que seu governo fazia “consultas positivas” com EUA e Rússia para “reforçar a segurança nacional e garantir a integridade territorial da Síria”.
Por sua vez, os grupos armados curdo-sírios disseram que apoiarão a criação de uma “faixa de segurança” junto à fronteira com a Turquia, desde que tenham “garantias internacionais” de que serão protegidas todas as comunidades que habitam a área, como árabes, curdos e turcomanos.