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Carta ao Leitor: No front da notícia

'A tensão é permanente', diz editor de VEJA enviado a Israel

Por Da Redação Atualizado em 1 dez 2023, 09h48 - Publicado em 1 dez 2023, 06h00

Desde o seu lançamento, há 55 anos, VEJA sempre teve especial atenção com os grandes eventos que sacudiram o planeta — sobretudo as guerras. Se “o jornalismo é o primeiro rascunho da história”, como definiu Philip Graham, celebrado editor do The Washington Post, cabe fazê-lo com o máximo de cuidado e rigor. Um dos modos mais competentes de oferecer narrativas reais, sem falsas impressões ou mentiras intencionais, é acompanhar os fatos de perto. Em julho de 1970, este mesmo espaço da revista, a Carta ao Leitor, celebrava a presença de uma profissional da nossa redação no Vietnã, cujo conflito mexeu com corações e mentes. Assim: “O único repórter brasileiro que viu de perto a guerra do Camboja é uma mulher, Dorrit Harazim, de VEJA. Ela volta à redação depois de mais de um mês de trabalho na frente de uma guerra da qual as forças americanas saem para cumprir o compromisso assumido pelo presidente Richard Nixon, mas onde a morte e a devastação continuam. Nesta edição, valendo-se em grande parte do vibrante depoimento de Dorrit Harazim, VEJA conta como fica a guerra do Camboja, um ponto pequeno e remoto do mapa, um grande motivo de inquietação para o mundo todo”.

TENSÃO - O editor Ernesto Neves nas ruas fantasmas de Kiryat Shmona, fronteira norte de Israel com o Líbano: relato sobre o risco de expansão do conflito
TENSÃO - O editor Ernesto Neves nas ruas fantasmas de Kiryat Shmona, fronteira norte de Israel com o Líbano: relato sobre o risco de expansão do conflito (Ernesto Neves/.)

Desde então, passadas cinco décadas, a civilização diminuiu a mortalidade infantil, por meio de novos recursos da medicina e distribuição de alimentos, a internet alavancou extraordinários movimentos de conhecimento e a roda do progresso nunca parou de se mexer, apesar das desigualdades sociais — e, no entanto, a humanidade continua a se matar, como se fosse destino atávico. Agora mesmo vivemos dois conflitos bélicos de monta — um na Europa, depois da agressão da Rússia de Putin contra a Ucrânia, e o outro no Oriente Médio, resultado dos ataques terroristas do Hamas contra Israel. VEJA, sempre atrelada a sua missão original, a da notícia tratada com profissionalismo, teve uma correspondente em Kiev, no front. Agora, enviou a Israel o editor Ernesto Neves, convidado pela ONG internacional Stand With Us. Neves esteve em Tel Aviv e Jerusalém. Acompanhou o cotidiano de Sderot, cidade de 30 000 habitantes a apenas 1 quilômetro da Faixa de Gaza, lugar em que os cidadãos têm apenas quinze segundos para se esconder em caso de ataques de foguetes. Percorreu as ruas fantasmas de Kiryat Shmona, no extremo norte, na fronteira com o Líbano, região ocupada por atiradores de elite do Hezbollah. “A tensão é permanente”, diz ele.

Tê-lo em Israel, no esperançoso, mas talvez inútil, período de trégua, em meio à troca de reféns do Hamas por prisioneiros palestinos, é atalho para explicar o novo capítulo do confronto. As autoridades de Israel não podem interromper o objetivo primordial, a eliminação das células terroristas. Impõe-se, porém, o zelo com os civis em campo inimigo, de modo a reunir a sociedade em torno de um governo que antes das bombas era severamente criticado, dado o radicalismo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Até o fatídico 7 de outubro do horror, havia protestos em Israel — não é difícil que sejam retomados. Cabe, portanto, em um período lamentável da história, repetir as palavras daquela Carta ao Leitor de 1970, com ligeiras adaptações: nesta edição, valendo-se em grande parte do vibrante depoimento de Ernesto Neves, VEJA conta como fica a guerra entre o Hamas e Israel, em um ponto pequeno e remoto do mapa, mas motivo de inquietação para o mundo todo.

Publicado em VEJA de 1º de dezembro de 2023, edição nº 2870

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