Capitão do navio do Greenpeace deixa a prisão
Total de ativistas soltos chega a 23; outros seis já conseguiram fiança
O capitão do navio do Greenpeace Arctic Sunrise e outros membros da tripulação detidos em setembro no Ártico deixaram a prisão nesta sexta-feira, mediante pagamento de fiança, após mais de dois meses sob custódia, anunciou a ONG em sua página oficial na internet. Com a libertação deles, chega a 23 o total de ativistas soltos. Outros seis já conseguiram fiança e ainda aguardam serem soltos.
No grupo solto nesta sexta-feira estavam além do capitão americano Peter Willcox, o suíço Marco Weber, os holandeses Faiza Oulahsen e Mannes Ubels, o canadense Paul Ruzycki, os britânicos Kieron Bryan e Anthony Perrett e o argentino Hernan Miguel Perz Orzi. Eles deixaram o centro de detenção em São Petersburgo, no noroeste da Rússia, após o pagamento da fiança fixada em 2 milhões de rublos (cerca de 140 000 reais) para cada. No início da noite, foi a vez do sueco-americano de origem russa Dmitri Litvinov e do russo Roman Dolgov deixarem a prisão.
“Neste momento, 29 se beneficiaram de uma decisão de libertação sob fiança, 23 já foram libertados. Nossos colegas russos voltaram com suas famílias a Moscou, mas o resto dos nossos colegas não podem deixar o país”, declarou o diretor executivo do Greenpeace, Kumi Naidoo, em Hamburgo, na Alemanha.
Na quarta-feira, os russos soltaram a brasileira Ana Paula Maciel. Até o momento, apenas um militante, o australiano Colin Russell, teve sua prisão preventiva prorrogada por mais três meses, até 24 de fevereiro. O embaixador australiano na Rússia, Paul Myler, disse nesta quinta-feira em sua conta no Twitter que Russell irá recorrer da decisão e que está confiante.
Leia também:
Dez ativistas do Greenpeace deixam prisão na Rússia
Também nesta setxa-feira, o Tribunal Internacional do Direito Marítimo, com sede em Hamburgo, na Alemanha, ordenou que a Rússia libere o navio Artic Sunrise e seus trinta tripulantes. O Ministério das Relações Exteriores disse que vai estudar a decisão, mas adiantou que a corte não tem jurisdição sobre o país.
Anteriormente, o governo russo já havia comunicado que iria ignorar o processo no tribunal internacional. Como o Arctic Sunrise navegava com bandeira holandesa, a Holanda acionou a jurisdição da ONU competente para resolver disputas marítimas internacionais, exigindo várias “medidas provisórias”, incluindo a libertação da tripulação e do navio.
A decisão desta sexta-feira pede que. em troca da soltura da tripulação e liberação do navio. a Holanda paguer uma garantia de 3,6 milhões de euros (cerca 11,2 milhões de reais) à Rússia.
Histórico – Os 30 membros da tripulação presos em setembro, depois de uma ação contra uma plataforma de petróleo da Gazprom no Ártico, foram acusados de pirataria e, ao final de outubro, de vandalismo. De acordo com a Justiça russa, a pena para vandalismo pode acarretar em até sete anos de detenção.
(Com agência France-Presse)