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Candidato conservador lidera eleições no Paraguai com 46% dos votos

Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado, aparece em primeiro com 60% das urnas apuradas; o liberal Efraín Alegre vem em seguida, com 42,34% dos votos

Por Da redação
Atualizado em 22 abr 2018, 20h49 - Publicado em 22 abr 2018, 20h23
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  • O candidato conservador Mario Abdo Benítez, do governista Partido Colorado, lidera a contagem de votos nas eleições presidenciais deste domingo no Paraguai. Marito, como é chamado, conta com 46,76% votos, enquanto seu principal concorrente, o liberal Efraín Alegre, aparece em segundo lugar com 42,61%. Segundo o Tribunal Eleitoral, 80% das urnas foram apuradas.

    Marito, filho do secretário particular do ditador Alfredo Stroessner, também aparece em primeiro lugar na pesquisa de boca de urna de empresas especializadas. Nenhum dos dois candidatos deu declarações até o momento.

    Pouco após o fechamento das seções eleitorais, às 16h (17h no horário de Brasília) centenas de pessoas vestidas de vermelho se concentraram na rua onde fica a sede do Partido Colorado, em Assunção, onde foi montando um palanque e se ouve música.

    A Justiça eleitoral avaliou a participação de eleitores em 65% de um total de 4.241.000 habilitados a votar. A população total do país é de sete milhões de habitantes.

    O vencedor desta eleição sucederá em agosto o presidente Horacio Cartes, um empresário da indústria do tabaco que, nestas eleições, candidatou-se ao Senado. Cartes pertence ao Patido Colorado, mesmo de Marito, mas nunca apontou o candidato como favorito para sucedê-lo.

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    Hegemonia colorada

    O Paraguai, que saiu de uma ditadura de 35 anos em 1989, viveu sob a hegemonia do partido Colorado durante os últimos 70 anos, com a única exceção do governo do ex-bispo e ex-presidente de esquerda Fernando Lugo (2008-2012), que foi destituído em um julgamento político um ano antes de concluir seu mandato.

    “Ganhei credenciais democráticas em minha trajetória política”, declarou Marito ao rejeitar, neste domingo, as críticas que recebe devido à proximidade de sua família com Stroessner.

    Embora se distancie da ditadura lembrando que à época da derrocada de Stroessner tinha apenas 16 anos e estudava Marketing nos Estados Unidos, em 2006 ele foi ao funeral do ex-ditador, que se exilou em Brasília.

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    O programa de Marito propõe manter a política econômica do presidente Horacio Cartes, baseada nas exportações agrícolas, que permitiu ao Paraguai crescer a um ritmo de 4% por ano por mais de uma década. Também pretende realizar uma reforma do Poder Judiciário, que considera corrupto.

    O Paraguai está em 135º lugar entre 180 países em um ranking de corrupção elaborado pela organização Transparência Internacional.

    Pobreza e desemprego

    Alegre, um advogado de 55 anos que começou sua atividade política em oposição à ditadura, tenta pela segunda vez chegar à presidência. Nas últimas eleições, em 2013, nas quais teve o apoio somente de seu partido Liberal, perdeu para o atual mandatário.

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    Mas desta vez conseguiu reeditar a coalizão com a Frente Guasú (Frente Ampla) e outros grupos de esquerda que em 2008 tinham dado a vitória a Lugo.

    Alegre promete atacar a pobreza com um impulso à economia familiar camponesa, frente aos imensos desenvolvimentos agrícolas para a exportação, e com reduções da tarifa de energia elétrica para impulsionar os investimentos na indústria e gerar empregos.

    O Paraguai, um país rico em hidroeletricidade, mas sem saída para o mar, não consegue reduzir seu índice de pobreza na mesma velocidade em que sua economia cresce. A pobreza afeta 26,4% da população e a informalidade atinge 40% da economia, segundo os especialistas.

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    “O número de pobres está ligado ao fato de que não há emprego. Só 3% das empresas no Paraguai são grandes empresas. A informalidade faz com que o índice de pobreza seja alto”, disse Gladys Benegas, diretora do Instituto de Pesquisas em Competitividade do Paraguai.

    (Com AFP)

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