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Campanha anticorrupção gera onda de demissões no governo da Ucrânia

Ao menos dez pessoas deixaram os cargos nesta terça-feira; renúncias ocorreram logo após o anúncio da campanha

Por Da Redação
24 jan 2023, 11h21

Funcionários do governo da Ucrânia – um alto conselheiro, quatro vice-ministros e cinco governadores regionais – renunciaram aos seus cargos nesta terça-feira, 24, após o presidente Volodymyr Zelensky lançar uma ampla campanha anticorrupção para reformular o aparato estatal.

O assessor sênior Mykhailo Podolyak declarou que o presidente da Ucrânia respondeu a uma “demanda pública fundamental” de que a justiça deveria ser aplicada a todos. Zelensky proibiu funcionários do estado de deixar o país, a menos que em negócios autorizados.

O primeiro a renunciar foi o vice-chefe do gabinete do presidente, Kyrylo Tymoshenko, que supervisionava a política regional e havia trabalhado anteriormente na campanha eleitoral de Zelensky. Ele se tornou um porta-voz frequente do governo após a invasão da Rússia e esteve envolvido em escândalos sobre o uso de carros luxuosos – embora negue qualquer irregularidade.

Após relatos de que supervisionava a compra de suprimentos militares a preços inflacionados de uma empresa relativamente desconhecida, o vice-ministro da Defesa, Vyacheslav Shapovalov, também renunciou. O departamento chamou isso de “erro técnico” e afirmou que nenhum dinheiro havia sido desviado.

O próprio ministro da Defesa, Oleksii Reznikov, está sob avaliação pelo mesmo motivo.

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Além deles, uma série de outros funcionários foram demitidos, como o procurador-geral adjunto, Oleskiy Symonenko; os vices-ministros do Desenvolvimento das Comunidades e Territórios, Ivan Lukeryu e Vyacheslav Negoda; o vice-ministro da Política Social, Vitaliy Muzychenk; e os governadores regionais de Dnipropetrovsk, Zaporizhzhia, Kyiv, Sumy e Kherson.

A Ucrânia já possui um histórico de corrupção e, em 2021, a Transparency International colocou o país na posição 122 de 180 países em seu ranking de Estados corruptos.

Em um discurso no domingo, Zelensky prometeu que “não haverá retorno ao que costumava ser no passado, à maneira como várias pessoas próximas a instituições estatais” costumavam viver.

Seus comentários ocorreram após a prisão do vice-ministro da Infraestrutura da Ucrânia, Vasyl Lozinskyi, no sábado 22, por suspeita de aceitar suborno no valor de mais de US$ 350 mil pelo fornecimento de geradores de eletricidade. Ele negou as acusações.

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O chefe do partido de Zelensky, Servo do Povo, David Arakhamia, disse que funcionários corruptos podem enfrentar pena de prisão.

“Funcionários de todos os níveis têm sido constantemente alertados por canais oficiais e não oficiais: concentre-se na guerra, ajude as vítimas, desburocratize e pare de fazer negócios duvidosos. Muitos deles realmente ouviram, mas alguns, infelizmente, não”, disse em um comunicado do Telegram.

“Se não funcionar de maneira civilizada, será feito de acordo com as leis do tempo de guerra. Isso se aplica tanto às recentes compras de geradores quanto aos novos escândalos no Ministério da Defesa”, completou.

Embora tenha tido reformas anticorrupção nos últimos anos, a pressão ficou ainda maior para Kiev – que está recebendo bilhões de dólares em ajuda financeira de aliados ocidentais e pleiteia a entrada na União Europeia, que tem rígidos controles sobre seus membros.

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