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Câmara dos EUA começa a redigir relatório de impeachment de Trump

Com o texto pronto, processo pode ser votado antes do Natal; julgamento pelo Senado ficará para 2020

Por Da Redação
Atualizado em 5 dez 2019, 12h44 - Publicado em 5 dez 2019, 12h35

A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, anunciou nesta quinta-feira, 5 , que a Casa já tem material suficiente para elaborar o relatório final do processo de impeachment do líder americano, Donald Trump. Ele é investigado por abuso de poder ao ter pressionado a Ucrânia a investigar seu principal adversário político.

Com a declaração de Pelosi, a votação do impeachment no plenário da Câmara poderá ocorrer antes do Natal. A fase seguinte, de julgamento pelo Senado, ficará para 2020. O anúncio também ocorre um dia após o início da coleta de testemunhos  de juristas pelo Comitê Jurídico, responsável por elaborar o relatório com as denúncias.

Na quarta-feira 4, os membros do comitê ouviram quatro especialistas em direito constitucional convidados tanto pelos Democratas quanto pelos Republicanos. Três deles, convocados pela oposição, disseram que Trump havia de fato cometido ofensas passíveis ao impeachment.

“Se o que nós estamos falando aqui não é passível de impeachment, então nada mais é”, disse Michael Gerhardt, especialista em impeachment e professor de Direito na Universidade de Chicago. É a segunda vez que Gerhardt depõe em um processo de impeachment contra um presidente dos Estados Unidos. Em 1998, o professor testemunhou no processo contra o então presidente Bill Clinton.

Entretanto, a velocidade do processo para depor o presidente americano é alvo de críticas. Jonathan Turley, professor da Universidade George Washington e convidado pelos deputados republicanos a testemunhar, alertou que a oposição estava apressando o caso sem investiga-lo totalmente. Um “período abreviado” de investigação pode resultar em um “registro incompleto e inadequado” para a conclusão do processo. “Isso não é jazz improvisado”, disse.

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O caso gira em torno de uma ligação realizada no final de julho entre o presidente americano e sua contra parte ucraniana, o presidente Vladimir Zelensky, a quem Trump teria pressionado a reabrir uma investigação contra o filho do principal pré-candidato democrata à Presidência, Joe Biden. O americano teria congelado uma ajuda militar milionária à Ucrânia e negado uma visita de de Zelensky à Casa Branca para forçar a investigação.

Trump nega as acusações e diz sofrer uma “caça às bruxas”. Entretanto, a coleta de testemunhos de servidores da Casa Branca e de diplomatas do Departamento de Estado revelou que houve uma campanha arquitetada pelo presidente e seu advogado pessoal e ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, para obter ganhos políticos se a Ucrânia viesse à publico dizer que estava investigando os Bidens por corrupção — mesmo que um inquérito não fosse aberto.

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