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Aliado de Trump volta atrás e admite troca de favor entre EUA e Ucrânia

Embaixador americano na União Europeia, Gordon Sondland, disse que americanos condicionaram ajuda militar a investigação sobre Joe Biden

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 19h36 - Publicado em 5 nov 2019, 18h54

Em depoimento à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos divulgado nesta terça-feira, 5, o embaixador americano na União Europeia, Gordon Sondland, admitiu ter condicionado a concessão de um pacote de ajuda militar à Ucrânia a uma investigação das autoridades locais contra políticos do Partido Democrata, incluindo o ex-vice-presidente Joe Biden.

Sondland afirmou ter dito a um alto conselheiro do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, que a ajuda militar americana provavelmente não seria enviada até que Kiev deixasse claro que investigaria os laços de Biden e seu filho com a empresa de energia ucraniana Burisma.

Os Estados Unidos haviam prometido liberar em fevereiro o envio de 250 milhões de dólares em ajuda militar à Ucrânia para reforçar a defesa contra a Rússia. A doação ficou parada por vários meses, até que Washington autorizasse o seu envio em setembro. 

“Eu disse que a retomada da ajuda dos EUA provavelmente não ocorreria até que a Ucrânia fornecesse a declaração pública contra a corrupção de que estávamos falando há muitas semanas”, escreveu Sondland em um anexo a seu testemunho. Em seu depoimento oficial, em outubro, o diplomata afirmou que não se lembrava da interação com o membro do governo de Zelenski.

Segundo Sondland, ele teria se recordado após ouvir os testemunhos de William Taylor, embaixador interino dos Estados Unidos na Ucrânia, e do diplomata Tim Morrison, ambos no final de outubro. A conversa aconteceu no dia 1º de setembro, durante a visita de Mike Pence a Varsóvia.

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O diplomata afirma nunca ter recebido ordens diretas do presidente Donald Trump em relação ao assunto, a não ser “falar com Rudy Giuliani [advogado pessoal de Trump e peça-chave no escândalo]”. Ele já havia declarado em outubro que o presidente não tinha como objetivo uma operação anti-corrupção em termos gerais na Ucrânia.

O embaixador corrobora com a hipótese de que “o interesse [de Trump] fosse [apenas] uma investigação” contra Biden, que hoje concorre à nomeação do Partido Democrata às eleições presidenciais de 2020, e seu filho, Hunter, ex-membro do conselho de diretores da Burisma, empresa ucraniana acusada de corrupção.

Sondland foi proibido pela Casa Branca de depor à Câmara durante o inquérito que prepara o processo de impeachment contra Trump, mas decidiu dar seu testemunho ainda assim.

Ainda nesta terça-feira, 5, a Câmara dos Deputados divulgou a transcrição do depoimento de Kurt Volker, enviado especial à Ucrânia e embaixador americano na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), e agendou o testemunho do chefe de gabinete da Casa Branca, Mick Mulvaney, para sexta-feira 8.

Mulvaney disse em coletiva de imprensa em outubro que os Estados Unidos haviam pedido “ajuda de alguém [do governo ucraniano] com uma investigação pública em andamento” e que “nós fazemos isso todo o tempo”.

(Com AFP)

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