Os Estados Unidos estão se preparando para mais eventos climáticos extremos nos próximos dias. Uma onda de calor chegou à Califórnia, no oeste do país, enquanto o meio-oeste deve ser atingido por tornados e o leste prevê mais chuvas intensas. Lá, o estado de Vermont, que sofre com inundações desde a semana passada, se prepara para uma nova rodada de fortes tempestades .
Enchentes históricas danificaram milhares de casas, empresas e estradas em Vermont, deixando várias pessoas presas. A secretaria estadual de Saúde confirmou a morte de um homem de 63 anos que se afogou em sua casa, bem como mais de 200 resgates. Outras 100 pessoas foram obrigadas a deixar suas residências por conta das tempestades extremas.
Embora o nível da água já tenha baixado, permitindo a reabertura de algumas estradas, o estado deve ser atingido por mais chuvas fortes com granizo neste final de semana. Os eventos podem provocar mais inundações repentinas e até um tornado, portanto autoridades de transporte decidiram deslocar equipamentos para áreas menos propensas a enchentes.
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Outros estados no leste do país também foram afetados por tempestades, incluindo Connecticut, onde detritos perigosos em rios provocaram alertas das autoridades. Em New Hampshire, algumas estradas e cidades foram danificadas por inundações.
“Incentivamos fortemente os residentes e turistas, especialmente campistas que ficam em locais ao longo de rios e córregos, a ficarem preparados para fugas e retiradas, caso sejam necessárias”, disse Robert Buxton, diretor de segurança interna e administração de New Hampshire.
Em Nova York, uma morte foi atribuída às tempestades. O corpo de uma mulher foi encontrado depois que ela foi arrastada por uma torrente em Fort Montgomery, por onde passa o rio Hudson. E pelo menos oito pessoas foram resgatadas no centro do Mississippi, onde chuvas torrenciais inundaram estradas, casas e empresas.
O prefeito de Louisville, Will Hill, declarou estado de emergência na quinta-feira 13 e orientou a população a não dirigir durante tempestades, dizendo as enchentes atuais são atípicas. Embora tenha relatado que o nível da água está diminuindo, ele afirmou que esta foi a “pior inundação em mil anos”.
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Enquanto isso, no meio-oeste dos Estados Unidos, o Serviço Nacional de Meteorologia emitiu um alerta de tornado para o Colorado e Kansas. Também avisou que os estados de Indiana, Kentucky, Ohio, Pensilvânia e Virgínia Ocidental serão atingidos por tempestades severas. A agência previu ainda chuvas fortes em áreas de Oklahoma, com granizo e intensas rajadas de vento.
Além disso, mais de um terço da população do país está sob alertas de calor extremo. Uma onda de calor que atingiu o sul dos Estados Unidos se espalhou para a Califórnia, e deve piorar nesta sexta-feira, 14, e no fim de semana. Uma feira estadual em Sacramento precisou ser cancelada devido ao clima.
As temperaturas máximas nas áreas desérticas do interior da Califórnia devem bater os 48,8°C durante o dia e permanecer acima de 26,6°C durante a noite. Autoridades do estado se prepararam para reaproveitar bibliotecas públicas, centros de idosos e saguões do departamento de polícia como “centros de resfriamento” para a população.
No Vale da Morte, lugar mais quente e seco do mundo, pode bater o recorde de temperatura mais alta já registrada no local neste final de semana. De acordo com o Serviço Nacional de Parques, o marco anterior é de 1913, quando os termômetros chegaram a 56,6°C.
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Meteorologistas alertam que uma onda de calor de longa duração é extremamente perigosa, especialmente para idosos, moradores de rua e outras populações vulneráveis. Temperaturas altas devem persistir na próxima semana, à medida que uma cúpula de alta pressão se move para o oeste do Texas.
A cidade de Phoenix bateu os 43°C pelo 14º dia consecutivo na quinta-feira, e pode chegar a novo recorde na próxima semana. O período mais longo de temperaturas acima de 43°C para a cidade é de 18 dias, registrado em 1974.
A onda de clima extremo evidenciou as consequências da crise climática, que ainda não é um tema prioritário entre legisladores americanos. A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica revelou em seu último relatório mensal que junho foi o mês mais quente já registrado no mundo, tanto em terra quanto no mar.