Calderón rechaça acusações feitas na corte internacional
Denúncias de crimes contra humanidade são 'caluniosas', afirma o presidente
O presidente do México, Felipe Calderón, rechaçou as acusações apresentadas contra ele no Tribunal Penal Internacional (TPI). Ativistas mexicanos abriram um processo por crimes contra a humanidade contra Calderón na última sexta-feira por considerar ineficiente sua luta contra o narcotráfico, que já causou mais de 50.000 mortes.
Em um comunicado publicado no domingo na página da Presidência do México, ele diz que as acusações são falsas e caluniosas. “O governo busca alternativas para agir legalmente”, diz o texto. “As acusações são claramente infundadas e improcedentes, constituindo verdadeiras calúnias”, completa. “É um absurdo sequer comparar o que um governo democrático faz para preservar a lei a defender as famílias dos criminosos com crimes contra a humanidade, que são cometidos por estados autoritários, com o objetivo de exterminar uma população por razões étnicas, religiosas ou políticas”, continua o texto.
Contexto – O processo contra Calderón foi aberto por um grupo de 30 advogados, intelectuais, acadêmicos e ativistas com o apoio de 25.000 assinaturas (sendo 20.000 recolhidas pela internet e 5.000 em papel) e estende-se também ao Exército e aos chefes dos cartéis da droga. Eles apresentaram um documento de 700 páginas citando mais de 470 casos apresentados como “violações dos direitos humanos”, ocorridos a partir de 2006 e qualificados como crimes de tortura, desaparecimentos, assassinatos, mutilações, abusos sexuais e recrutamento de menores.