São Paulo, 14 dez (EFE).- O Brasil mantém taxas altas de assassinatos, superiores a 25 mortes em 100 mil habitantes, há 15 anos e o número acumulado desde 1980 soma 1.091.125 homicídios, apontou relatório divulgado nesta quarta-feira.
A quantidade de homicídios pulou de 11,7 em cada 100 mil habitantes em 1980 para 28,9 em 2003, ano em que registrou o recorde de violência, detalhou estudo com base em dados oficiais elaborado pelo Instituto Sangari, uma instituição privada.
Desde então ocorreu um leve descenso dos homicídios, para a taxa de 26,2 mortes em cada 100 mil habitantes registrada em 2010. A queda é atribuída à política do desarmamento adotada pelo Governo e planos regionais que tiveram êxito na redução da violência.
O documento revela que a partir de 2004 foi sentida uma mudança no padrão dos homicídios, queda dos assassinatos nas capitais e grandes conglomerados urbanos e aumento nas zonas rurais e em estados que antes eram pacíficos.
Em 2010, as maiores taxas de homicídios foram registradas nos estados de Alagoas (nordeste), com 66,8 mortes para cada 100 mil habitantes, Espírito Santo (sudeste), com 50,1 homicídios, e Pará (norte), com taxa de 45,9. Enquanto isso, em São Paulo, a região mais populosa e rica do país, o indicador foi de 13,9 para cada 100 mil habitantes.
De 2004 a 2007 foram contabilizados no Brasil 193.804 homicídios, número próximo aos 208.349 óbitos acumulados em 62 guerras e conflitos armados, incluindo os do Iraque, Sudão, Afeganistão, Israel e dos territórios palestinos e a Colômbia, detalhou o relatório.
Todas as regiões brasileiras mantêm taxas de homicídios que superam as 10 mortes para cada 100 mil habitantes, nível equiparado à mortandade de uma epidemia segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). EFE