Os governos de sete países latino-americanos, entre os quais os do Brasil, responsabilizaram o regime de Nicolás Maduro, da Venezuela, pelos protestos populares que ameaçam o mandato do presidente Lenín Moreno, do Equador, conforme nota emitida pelo Itamaraty. Os sete países respaldaram Moreno, obrigado nesta terça-feira a deslocar a sede do governo equatoriano de Quito para Guayaquil.
O manifesto foi assinado por Brasil, Colômbia, Argentina, El Salvador, Guatemala, Paraguai e Peru e traz o “repúdio a qualquer tentativa de desestabilizar os regimes democráticos legitimamente constituídos”. “Da mesma forma, rejeitam qualquer ação destinada a desestabilizar nossas democracias por parte do regime de Nicolás Maduro e daqueles que buscam estender as diretrizes de seu governo nefasto aos países democráticos da região”, conclui.
O próprio Lenín Moreno atribui os violentos protestos em Quito a uma tentativa de golpe de Estado orquestrada pelo ex-presidente equatoriano Rafael Correa, que vive em exílio voluntário na Bélgica, com o apoio das forças de Maduro. Correa negou as acusações. “Eles são tão mentirosos que se contradizem entre si. Dizem que sou tão poderoso que, de Bruxelas, com um iPhone, poderia liderar os protestos. Estão mentindo”, afirmou. “As pessoas não aguentam mais. Esta é a verdade.”
Nas manifestações, os equatorianos se rebelam contra o fim dos subsídios aos preços dos combustíveis determinado pelo governo de Moreno depois do aumento das cotações do petróleo no mercado internacional. A população reclama do conjunto de medidas de austeridade fiscal adotadas em conformidade com o receituário do Fundo Monetário Internacional (FMI). Uma greve geral foi anunciada para a quarta-feira, 9, por movimentos indígenas e sindicatos.