Boris Johnson é internado em UTI após quadro de Covid-19 se agravar
O ministro de Relações Exteriores, Dominic Raab, deve substituir Johnson "onde for necessário', disse porta-voz do premiê
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, que testou positivo para a Covid-19 no final de março, foi internado em uma unidade de tratamento intensivo (UTI) nesta segunda-feira, 6. O quadro clínico do premiê de 55 anos se agravou nesta tarde, segundo comunicado oficial.
“Ao longo desta tarde, a condição do primeiro-ministro piorou e, a conselho de sua equipe médica, ele foi transferido para a unidade de tratamento intensiva do hospital”, disse o porta-voz do premiê em comunicado oficial.
“O primeiro-ministro pediu ao secretário de Relações Exteriores, Dominic Raab, que é o primeiro secretário de Estado, que o substitua sempre que necessário”, conclui. Johnson está internado no Hospital St. Thomas, em Londres, desde domingo 5.
Antes de ser hospitalizado, o premiê passou cerca de 8 dias em quarentena em sua residência, na Downing Street nº10, também em Londres. Johnson publicou em seu perfil oficial no Twitter na sexta-feira 3 um vídeo em que dizia permanecer apenas com febre e estar se “sentindo melhor”.
Até as primeiras semanas de março com uma postura a favor do isolamento vertical, no qual as pessoas que compõem o grupo de risco ficam em isolamento enquanto o restante da população segue a rotina, Johnson resolveu recuar diante das projeções de mortes no país caso as medidas de quarentena não fossem tomadas.
Encomendado pelo governo, um estudo feito pelo Imperial College de Londres, entretanto, apontou que mais de 250.000 mortes ocorreriam no Reino Unido caso nada fosse feito.
Para combater a pandemia, o governo inaugurou na sexta-feira 3 um hospital de campanha com capacidade para 4.000 leitos e anunciou na quinta-feira 2 que serão realizados 100.000 exames da Covid-19 por dia até o fim de abril.
Todos os bares, cafés, restaurantes e academias de ginástica do país estão fechados e as atividades escolares estão suspensas desde 20 de março, sob ordem de Johnson.
Segundo estimativa do jornal britânico The Guardian, foram reportados 51.608 casos no Reino Unido, dentre eles 3.802 apenas nas últimas 24 horas. Ao todo, o número de mortes no país é de 5.373.
Representando quase 85% da população britânica, a Inglaterra é o país mais atingido pela Covid-19 no Reino Unido, que também é composto por Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte. Os ingleses respondem por mais de 80% dos casos reportados em solo britânico.
Esposa grávida
Cerca de uma semana após Johnson testar postivo para a Covid-19, sua esposa, Carrie Symonds, que tem 32 anos, afirmou no sábado 4 que ela também tinha apresentado sintomas da doença, mas já estava se recuperando.
“Passei a semana passada na cama com os principais sintomas do coronavírus. Não preciso fazer o teste e, após sete dias de descanso, sinto-me mais forte e estou melhorando”, tuitou. “Estar grávida com Covid-19 é obviamente preocupante”, ressalvou Symonds, que deve dar a luz ao primeiro filho do casal em meados de junho.
A associação profissional britânica de obstetras e ginecologistas, Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, a qual Symonds se refere em seu tuíte, indica que é improvável que fetos sejam expostos à Covid 19. Segundo o Guardian, não há dados que associem a doença a um aumento no risco de aborto espontâneo.
(Com Reuters e AFP)