Um explosivo caseiro explodiu nesta quarta-feira (14) dentro de um túmulo do cemitério da Recoleta, em Buenos Aires, na Argentina. Um casal é suspeito de ter participado no ato. Gravemente ferida, a mulher foi internada no Hospital Fernández. O homem foi preso, segundo o jornal Clarín.
A explosão teria ocorrido por volta das 18h. O casal se dirigia ao túmulo do coronel Ramón Falcón, chefe da polícia local no início do século XX e morto em 1909. A polícia de Buenos Aires encontrou pinturas de símbolos anarquistas no mausoléu.
“A mulher sofreu queimaduras graves, a perda de três falanges de uma mão e a destruição do maciço crânio-facial. Está internada com assistência mecânica de respiração, com risco de morte, no Hospital Fernandéz”, informou o diretor do Sistema de Atenção Médica de Emergência (Same), Alberto Crescenti.
A razão do atentado ainda não está clara. Segundo a rede de televisão TN, os dois suspeitos estavam disfarçados, com perucas. A mulher, de 33 anos, usava uma cadeira de rodas. A explosão se deu quando os dois foram abordados por agentes de segurança.
O cemitério da Recoleta, na região central de Buenos Aires, é um dos pontos turísticos da cidade por ser considerado uma espécie de museu a céu aberto. Muitos dos mausoléus são adornados com esculturas encomendadas a célebres artistas europeus no início do século passado. Ali estão enterrados 18 ex-presidentes da Argentina, entre os quais Raúl Alfonsín, o primeiro eleito depois da última ditadura militar, e escritores como Adolfo Bioy-Casares.
Um dos túmulos mais visitados é o da ex-primeira-dama Eva Perón (1919-1952), ícone do movimento populista argentino conduzido por seu marido, Juan Domingo Perón, ditador e presidente democrático do país. Perón está enterrado na quinta de San Vicente, depois de transladado do cemitério da Chacarita, em Buenos Aires, em 2006.