Bolsonaro revoga portaria e Maduro pode vir à posse de Lula
Ato de 2019 impedia que qualquer autoridade venezuelana entrasse no Brasil; Lula disse que irá restabelecer ligações com Caracas o quanto antes
O governo de Jair Bolsonaro revogou nesta sexta-feira, 30, uma portaria que barrava a entrada de autoridades venezuelanas no Brasil, abrindo caminho para a vinda do presidente Nicolás Maduro para a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ato foi revogado em nova portaria publicada no Diário Oficial da União assinada pelos ministros Antonio Ramirez Lorenzo, da Justiça, e Carlos França, das Relações Exteriores, e estava em negociação com a equipe de transição do novo governo há algumas semanas. Isso, no entanto, não garante a vinda de Maduro para a posse de Lula, principalmente devido ao curto espaço de tempo.
+ Secretária do Interior dos EUA vai participar da posse de Lula
Por questões de segurança, os países enviam uma equipe de segurança ao destino antes da chegada do chefe de Estado para preparar a sua chegada, algo que não será possível até o próximo domingo, 1, data da cerimônia. O embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial da posse, disse nesta sexta que não há nada de concreto sobre a vinda de Maduro e que ainda não houve resposta ao convite.
Há algumas semanas, o presidente eleito enviou uma carta ao líder venezuelano dizendo que gostaria de estreitar a relação com Caracas logo no início de seu mandato. Também era um desejo dele que todos os líderes da América do Sul estivessem presentes em sua posse para passar a imagem de uma união regional, que foi perdida ao longo do último governo.
Bolsonaro cortou relações com Nicolás Maduro durante seu mandato e reconheceu Juan Guaidó, um dos líderes da oposição venezuelana, como presidente interino. No entanto, o futuro chanceler brasileiro, Mauro Vieira, deixou claro no começo de dezembro que o novo governo irá reestabelecer ligações com Caracas e irá trabalhar para reabrir a embaixada da Venezuela o mais rápido possível.