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Bolsonaro critica chanceler francês e gera atrito desnecessário com Paris

Irritado com declarações da França sobre desmatamento e mudança do clima, presidente agora critica encontros de Jean-Yves Le Drian com ONGs

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 ago 2019, 14h55 - Publicado em 1 ago 2019, 13h10
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  • O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira, 1, as reuniões que o ministro francês da Europa e das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, manteve com organizações não-governamentais durante sua visita ao Brasil nesta semana. Na segunda-feira 29, o presidente já havia menosprezado Le Drian ao cancelar de última hora seu encontro com ele e, nessa brecha da agenda, foi cortar o cabelo – missão cuidadosamente filmada e postada no Facebook.

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    Com suas declarações e atitudes, Bolsonaro gerou um atrito desnecessário com a França, um principais parceiros comerciais do Brasil e relevante fonte de investimento no país. Como destacou sua embaixada em Brasília, a França está presente no Brasil por meio de 1.000 empresas, que geram 500.000 empregos, além de ter destinado ao país cerca de 30 bilhões em investimentos diretos, um volume similar ao injetado na China.

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    Atualmente, o Brasil exporta 1,3 bilhões de dólares em produtos para a França e importa cerca de 1,6 bilhões de dólares, totalizando uma corrente de comércio de 2,9 bilhões de dólares. Ambos os países têm ainda projetos comuns, como a construção de quatro submarinos.

    Bolsonaro, entretanto, já se mostrava irritado com as menções do presidente francês, Emmanuel Macron, sobre o desmatamento da Amazônia e com seu sucesso em incluir no acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia uma cláusula que proíbe os signatários de sair do Acordo de Paris sobre Mudança Climática. Nesta quinta-feira, Bolsonaro fez birra contra as visitas de Le Drian a organizações não-governamentais (ONGs) durante sua visita ao Brasil e, pior ainda, com o vice-presidente, general Hamilton Mourão.

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    “Ele marcou audiência comigo. Daí, fiquei sabendo que ele tinha marcado com o [vice-presidente, Hamilton] Mourão, tinha marcado com ONGs. Quem é que ferra o Brasil aqui? ONG”, disse. Bolsonaro. “O que ele veio tratar com ONG aqui? Quando fala em ONG, já nasce um alerta na cabeça de quem tem o mínimo de juízo”, completou o presidente à imprensa, na saída do Palácio da Alvorada.

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    Questionado sobre o motivo do cancelamento da audiência com Le Drian, Bolsonaro respondeu que tinha outro compromisso no dia. “Tinha outro compromisso. Falar contigo, talvez. Dar entrevista para você é muito mais importante do que conversar com ele, com todo o respeito. Tem estratégia de como agir em um dado momento”, disse o presidente a um jornalista.

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    Críticas

    A embaixada da França publicou no Twitter as reuniões de Le Drian no Brasil com representantes da sociedade civil, entre elas a Fundação Gol de Letra, do ex-jogador de futebol Raí de Oliveira. A representação francesa também registrou encontros do chanceler com ONGs de direitos humanos para tratar da recepção no Brasil de imigrantes venezuelanos.

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    O cancelamento da reunião entre Bolsonaro e o chanceler Le Drian foi criticado pela imprensa francesa. As publicações qualificaram como “humilhante” e “esnobe” o fato de o presidente brasileiro ter alegado “questões de agenda” e ter aparecido na sequência em uma transmissão ao vivo pelas redes sociais de seu corte de cabelo.

    Para o jornal Le Monde, o cancelamento do encontro com o ministro francês foi uma “humilhação”. “Na diplomacia, Jair Bolsonaro prefere a provocação”, diz o jornal.

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    (Com Estadão Conteúdo)

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