Mais de 1.000 crianças foram sequestradas na Nigéria pelo grupo jihadista Boko Haram desde 2013, denunciou nesta sexta-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Esses números incluem 276 meninas raptadas na escola em que estudavam, na cidade de Chibok, em 2014.
O Unicef exigiu a liberdade de “mais de cem” delas, que ainda “têm de retornar para suas famílias”, em comunicado emitido em Abuja. “O quarto aniversário do sequestro de Chibok nos lembra que as crianças no nordeste da Nigéria continuam sendo atacadas em uma escala assustadora”, afirmou o representante do Unicef na Nigéria, Mohammed Malick Fall.
Outro ataque a uma escola da cidade de Dapchi, em fevereiro de 2017, que acabou com o sequestro de 110 meninas, é “a última indicação de que há poucos lugares seguros para as crianças no nordeste [do país]”, afirma a nota. Ao menos 76 das jovens sequestradas na época foram libertadas em março de 2018, após mais de um ano em cativeiro, e ao menos cinco delas foram dadas como mortas, segundo o governo nigeriano.
“Estes ataques repetidos contra crianças em escolas são inadmissíveis. As crianças têm direito a educação e proteção e a sala de aula deve ser um lugar no qual estejam a salvo”, afirmou Fall.
O Unicef ressaltou que, desde que o conflito com o Boko Haram explodiu no nordeste da Nigéria há quase nove anos, pelo menos 2.295 professores foram assassinados e mais de 1.400 escolas foram destruídas, a maioria das quais não puderam reabrir.
(Com EFE)