Bióloga brasileira detida na Rússia é acusada de pirataria
Ana Paula Maciel e ativista britânico do Greenpeace são os primeiros do grupo de 30 ativistas presos a enfrentar a Justiça. Acusações são infundadas, diz ONG
A bióloga brasileira Ana Paula Maciel e outro ativista britânico do Greenpeace, que pertencem ao grupo de 30 pessoas presas na Rússia por organizarem um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico, foram acusados formalmente de pirataria nesta quarta-feira, informou o advogado da ONG Mikhail Kreindlin. Se condenados, eles podem pegar até 15 anos de prisão.
“Dois de nossos ativistas foram acusados de pirataria marítima em um grupo organizado. São cidadãos do Brasil e da Grã-Bretanha”, assinalou o advogado à agência de notícias russa Interfax. Kreindlin também afirmou que as acusações são “absolutamente infundadas, arbitrárias e ilegais”. “Nossos ativistas não tinham nenhuma intenção de se apoderar da propriedade de ninguém. Não havia nenhuma ação criminosa”, acrescentou.
Ao longo do dia, a Justiça russa irá receber as acusações contra o restante dos ativistas, que estavam a bordo do navio Arctic Sunrise, na cidade de Murmansk. Todos os detidos estão em prisão preventiva por supostamente tentarem invadir uma plataforma de petróleo da empresa russa Gazprom no dia 19 de setembro.
“Um grupo de pessoas a bordo do Arctic Sunrise e com bastante equipamento destinado a um fim que ainda não foi esclarecido violaram o perímetro de segurança de 500 metros da plataforma Prirazlomnaya e se aproximaram dela”, disse nesta terça-feira um porta-voz do Comitê de Instrução, órgão da Justiça russa que apresenta as acusações.
Além do Brasil e Grã-Bretanha, os ativistas presos são dos EUA, Argentina, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França. Após o protesto, o navio do Greenpeace foi apreendido pela guarda de fronteiras russa e seus tripulantes detidos e transferidos a terra para responderem perante a Justiça.
A Gazprom planeja começar a produção de petróleo nessa plataforma no primeiro trimestre de 2014. Segundo a ONG, isso aumentaria o risco de um vazamento de petróleo em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa.
(Com agência EFE)