Bento XVI: especulações sobre sua renúncia são absurdas

Em carta, papa emérito diz que compartilha opiniões com Francisco

Por Da Redação
26 fev 2014, 09h05

O papa Francisco e Bento XVI, em evento no dia 22 de fevereiro (Reuters/VEJA)

O papa emérito Bento XVI chamou de absurdas as especulações que questionam a autenticidade de sua renúncia. Em carta enviada ao jornal italiano La Stampa, ele reiterou que compartilha opiniões e amizade com seu sucessor, o papa Francisco.

Veículos de comunicação da Itália publicaram análises que sugerem a existência de uma espécie diarquia (governo em que o poder é exercido por dois soberanos) no Vaticano. A imprensa questiona se o alemão Joseph Ratzinger se afastou mesmo do seu antigo cargo.

Um dos gatilhos para as especulações foi o comparecimento do papa Emérito no sábado passado ao Consistório (reunião de cardeais) de Francisco na Basílica de São Pedro.

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“Não há dúvida da validade de minha renúncia ao ministério petrino. A única condição para a validade é uma liberdade decisória plena. As especulações sobre a invalidade da renúncia são simplesmente absurdas”, afirmou Bento XVI.

Ele também apresentou explicações sobre a roupa branca que veste, igual ao do Papa Francisco.

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“Manter o hábito branco e o nome de Bento é algo simplesmente prático. No momento da renúncia, não havia outros hábitos à disposição. Além disso, uso o hábito branco de uma forma claramente distinta a do papa. Nisto também se trata de especulações sem fundamento.”

Bento XVI, de 86 anos, renunciou em 11 de fevereiro de 2013, e deixou o cargo no dia 28 daquele mês. Foi o primeiro papa a tomar essa decisão em 600 anos. À época, ele justificou a decisão afirmando que não tinha mais condições físicas para liderar a Igreja Católica.

Na carta ao La Stampa, o Papa Emérito escreveu ainda: “Estou agradecido de poder estar vinculado por uma grande coincidência de opiniões e uma amizade de coração ao Papa Francisco. Considero que meu único e último dever é apoiar o pontificado por meio da oração”.