Bélgica reforça alerta de segurança e coloca soldados nas ruas
Segundo o governo belga, 300 homens estão trabalhando na segurança da Grande Sinagoga de Bruxelas e de bairros judeus na Antuérpia
Os militares começaram a substituir neste sábado os policiais para proteger lugares sensíveis na Bélgica, principalmente na Antuérpia, onde vive uma importante comunidade judaica, após o desmantelamento de uma célula jihadista que planejava um atentado. “O comitê ministerial decidiu mobilizar progressivamente 300 militares. Estes soldados serão enviados para Bruxelas e Antuérpia”, indicou o gabinete do primeiro-ministro, Charles Michel, em um comunicado.
Medidas de segurança vêm sendo colocadas em prática em diversos países europeus depois dos ataques em Paris e da troca de tiros na Bélgica.
Na manhã deste sábado, soldados eram vistos em locais como a Grande Sinagoga de Bruxelas e interrompendo o tráfego em estradas próximas do local. Segundo o ministro Steven Vandeput, além das áreas onde vivem judeus, algumas embaixadas em Bruxelas também foram protegidas, incluindo a dos Estados Unidos, Israel e Grã-Bretanha.
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O governo belga anunciou na sexta-feira a mobilização rápida do exército após a morte de dois jihadistas em Verviers, no leste do país, na quinta-feira. Os jihadistas morreram entrincheirados em sua casa, onde trocaram tiros com as forças de segurança.
A Antuérpia conta com uma população judaica ortodoxa de 15 a 20 mil pessoas. Trata-se da primeira de uma dezena de medidas adotadas para prevenir a radicalização e impedir os candidatos à jihad de viajar à Síria ou ao Iraque, e será mantida por um mês renovável, enquanto o nível de alerta permanecerá em 3 de 4.
Busca por suspeito – Também neste sábado, a imprensa belga afirmou que as autoridades do país estão buscando, com a ajuda do FBI, o chefe de uma célula islamita desmantelada na quinta-feira, na Bélgica. Abdelhamid Abaaound é um jihadista conhecido da polícia local, e teria viajado à Síria e ordenado da Grécia um atentado que não chegou a ser cometido.
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Abaaound é belga de origem marroquina e foi criado em Molenbeek, um bairro popular de Bruxelas, e é considerado um “senhor da Síria”, país de onde se uniu ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Presente em vários vídeos de propaganda do EI na internet, o suspeito de 27 anos conduz em um deles um veículo que arrasta quatro cadáveres mutilados por militantes do grupo jihadista.
O Ministério Público da Bélgica havia indicado que as autoridades detiveram 13 pessoas depois de “desmantelar uma célula terrorista e seu apoio logístico” que se preparava para “matar policiais na via pública”.
Uma das operações deste desmantelamento foi realizada em Verviers, uma cidade do leste da Bélgica próxima à fronteira com a Alemanha. Terminou na tarde de quinta-feira com um saldo de dois suspeitos mortos e um ferido.
(Com Reuters e Agência France-Presse)