O ditador sírio Bashar Assad fez uma rara aparição pública nesta quarta-feira, quando visitou uma central de energia elétrica no centro de Damasco por ocasião do Dia do Trabalho. A informação foi publicada no perfil oficial do governo no Facebook. Desde o início da revolta contra o regime, em março de 2011, o país sofre com a diminuição da produção de energia elétrica, atribuída pela imprensa oficial à falta de combustível para alimentar as centrais em consequência da insegurança no transporte de gás e gasolina. Sua última aparição havia acontecido no dia 20 de março, quando esteve em um centro de formação cultural, no centro da capital.
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A visita acontece em meio a uma série de ataques com bombas a bases de seu governo, como o que tentou matar seu primeiro-ministro, Wael al Halqi, na segunda-feira. Nesta quarta, pelo menos 50 morreram em confrontos, segundo os Comitês de Coordenação Local, um dos grupos de oposição ao regime. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (ODSH) disse que um avião do regime bombardeou regiões na periferia de Damasco e na província de Aleppo. Além disso, a organização informou que uma bomba caseira explodiu perto de um quartel da polícia da capital, ferindo várias pessoas, incluindo crianças. A agência estatal SANA culpou os rebeldes pelo ataque.
Em nota, a Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução (CNFROS), a principal organização anti-Assad no país, disse que condena esse tipo de ataque e que “o bombardeio de áreas civis é inaceitável, independentemente das circunstâncias”. Segundo o jornal The New York Times, a coalizão deu a entender que o próprio ditador ordenou os ataques para culpar seus inimigos.
Armas químicas – Na terça-feira, a CNFROS denunciou que o governo de Bashar Assad utilizou armas químicas na cidade de Saraqeb, na província de Idlib, fronteira com a Turquia. A coalizão pediu ao Conselho de Segurança da ONU que aprove o mais rápido possível uma resolução que obrigue o regime a permitir a entrada no país de uma comissão para investigar o uso de armas químicas.
Em comunicado, a CNFROS afirmou que ocorreram vários casos de asfixia por gases nessa cidade, mas não informou quando os ataques aconteceram.
(Com agência AFP)