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Barco com refugiados que naufragou na Grécia tinha 100 crianças a bordo

Segundo a mídia local, que conversou com sobreviventes, até 750 passageiros estavam na embarcação; pelo menos 78 pessoas foram confirmadas mortas

Por Da Redação
15 jun 2023, 10h25
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  • Os sobreviventes do naufrágio de um barco com refugiados e imigrantes, que afundou no sul da Grécia, disseram à imprensa local e internacional nesta quinta-feira, 15, que até 100 crianças estavam a bordo da embarcação. Além disso, sugeriram que havia até 750 passageiros no total, o que faria do acidente um dos piores da história dos mares gregos.

    Autoridades gregas confirmaram que pelo menos 78 pessoas morreram no desastre, mas dezenas ainda podem estar desaparecidas no mar. Sobreviventes sugerem que entre 400 e 750 pessoas lotaram o barco de pesca, que virou e afundou na manhã da quarta-feira 14 em águas profundas, a cerca de 80 quilômetros da cidade costeira de Pylos. Operações de resgate trouxeram 104 pessoas para terra.

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    Manolis Makaris, médico do hospital de Kalamata, disse a repórteres locais que, depois de emprestar seu telefone a um sobrevivente para permitir que ele ligasse para casa, o homem falou sobre um grande número de crianças no porão – possivelmente até 100. O canal de televisão grego ANT1 e a instituição de caridade Save the Children também conversaram com sobreviventes, que confirmou o número.

    Equipes de busca ainda estão vasculhando os mares da Grécia em uma operação massiva, mas as esperanças de encontrar mais sobreviventes diminuem a cada hora. A guarda costeira do país foi criticada por não ter intervindo antes, mas as autoridades alegaram que suas ofertas de ajuda foram recusadas.

    O porta-voz do governo, Ilias Siakantaris, disse ainda que os dados sobre o número de crianças e de passageiros não haviam sido confirmados.

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    O barco afundou depois das 02h04 da manhã do horário local (20h de terça-feira 13, em Brasília), de acordo com a guarda costeira grega, que também disse ter feito contato inicial com o barco de pesca às 14h (8h de Brasília) do dia anterior, mas não recebeu nenhum pedido de ajuda.

    A guarda costeira declarou que o ministério grego da navegação fez contato repetido com o barco e só foi informado de que a embarcação queria navegar para a Itália. Um navio de bandeira maltesa forneceu comida e água aos passageiros por volta das 18h, e outro barco forneceu água três horas depois, acrescentaram as autoridades.

    Então, por volta da 01h40 de quarta-feira, alguém no barco teria notificado a guarda costeira grega de que o motor estava com defeito. Pouco depois, a embarcação virou, levando apenas 10 a 15 minutos para afundar completamente. Uma operação de busca e salvamento foi complicada por ventos fortes.

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    Um porta-voz da guarda costeira disse à televisão grega ERT que, depois que o motor do barco quebrou, o movimento das pessoas a bordo fez com que ele virasse. Ele disse que todos os resgatados eram do sexo masculino.

    O Alarm Phone, uma linha de emergência para imigrantes com problemas no mar, recebeu a primeira ligação do barco em perigo pouco mais de uma hora depois que a guarda costeira fez o primeiro contato na terça-feira.

    Os relatos podem ser conflitantes porque a guarda costeira estava falando com a tripulação, enquanto o Alarm Phone conversava com as pessoas no navio. A equipe da linha de emergência reclamou que a guarda costeira estava “ciente de que o navio estava em perigo horas antes enviar qualquer auxílio”, acrescentando que as autoridades “foram informadas por diferentes fontes” de que havia problemas.

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    Jérôme Tubiana, da ONG Médicos Sem Fronteiras, disse à rádio francesa que as autoridades gregas e europeias deveriam ter intervindo antes.

    “É realmente chocante saber que a Frontex [Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira] sobrevoou o barco e ninguém interveio porque o barco recusou todas as ofertas de ajuda. Um barco sobrecarregado é um barco em perigo”, disse Tubiana.

    O ministro do interior da Itália disse ao SkyTG24, um dos principais canais de televisão italianos, que o desastre aconteceu na “área de busca e salvamento da Grécia, sob responsabilidade específica daquele país”.

    A Grécia é uma das principais rotas de entrada na União Europeia para refugiados e imigrantes do Oriente Médio, Ásia e África. No mês passado, o governo grego foi alvo de críticas da comunidade internacional após a circulação de imagens de vídeo que supostamente mostravam a expulsão forçada de imigrantes, que ficaram à deriva no mar.

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