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Azerbaijão anuncia operação em região disputada com a Armênia

Cinco pessoas morreram e 80 ficaram feridas em intensos bombardeios na capital da região de Nagorno-Karabakh, enclave armênio no país

Por Da Redação
19 set 2023, 15h28

O Ministério da Defesa do Azerbaijão disse que começou uma campanha “antiterrorista” na região de Nagorno Karabakh, disputada com a Armênia, enquanto autoridades locais relatam fortes bombardeios em Stepanakert, capital regional. A mídia local informou que pelo menos cinco pessoas morreram, incluindo uma criança, e 80 ficaram feridas durante os ataques.

Nagorno Karabakh é uma região etnicamente armênia, mas internacionalmente reconhecida como parte do território do Azerbaijão, o que já levou a duas guerras entre os vizinhos nas últimas três décadas, a mais recente em 2020. Na ocasião, as forças de manutenção da paz da Rússia, que foram enviadas para o território pelos termos do acordo de cessar-fogo, foram encarregadas de impedir o início de um novo conflito.

Porém, recentemente, as tensões entre os países voltaram a crescer depois que tropas do Azerbaijão bloquearem a única estrada que liga Nagorno Karabakh à Armênia, conhecida como corredor de Lachin, impedindo a importação de alimentos para os seus cerca de 120 mil habitantes. Os russos também foram acusados de não serem capazes de intervir para proteger a região dos ataques azerbaijanos.

O Azerbaijão exigiu no comunicado desta terça-feira, 19, “a retirada completa das tropas étnicas armênias e a dissolução do governo em Stepanakert”. Eles alegaram que o Exército azerbaijano tinha sido alvo de “bombardeios sistemáticos” de tropas da Armênia e a ação foi criada para “neutralizar a infraestrutura militar deles”.

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“A única forma de alcançar a paz e a estabilidade na região é a retirada incondicional e completa das forças armadas armênias da região de Karabakh, no Azerbaijão, e a dissolução do regime fantoche”, afirmou o comunicado. “Como parte das medidas antiterroristas locais levadas a cabo na região de Karabakh, postos de tiro regulares de longo prazo e instalações militares das forças armadas armênias foram destruídos por ataques precisos de unidades do Exército do Azerbaijão.”

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A Armênia rejeitou as alegações de que seu exército estaria na região do conflito. De acordo com a agência de notícias armênia Armenpress, o exército de Nagorno Karabakh não faz parte das forças armadas do país.

“A assistência da Armênia a Nagorno Karabakh é de natureza humanitária, cuja necessidade é ainda confirmada pela crise humanitária causada pelo bloqueio ilegal do corredor de Lachin”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Armênia.

Além disso, a mídia armênia ainda afirmou que a cidade de Stepanakert estava sob forte bombardeio e a conexão de internet havia sido interrompida.

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“Recentemente, o lado do Azerbaijão tem realizado transferências diárias de tropas e armazenamento de várias armas, que foram acompanhadas por intensas atividades de informação e propaganda, preparando o terreno para uma agressão em grande escala contra Artsakh”, disse o Ministério das Relações Exteriores de Artsakh, termo local para Nagorno Karabakh, em um comunicado. “Agora estamos testemunhando como o Azerbaijão, a fim de implementar a sua política de genocídio, está avançando no sentido da destruição física da população civil e da destruição de bens civis.”

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As autoridades de Karabakh disseram que pediram negociações imediatas com o governo central. Em resposta, o Azerbaijão disse que a reunião poderia acontecer caso “os grupos armados armênios ilegais hasteassem bandeira branca”.

O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, condenou o ataque do Azerbaijão, dizendo que “a escalada militar não deve ser usada como pretexto para forçar o êxodo da população local”. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da França também criticou a agressão e disse que apelou à convocação urgente de uma reunião do Conselho de Segurança da ONU.

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Enquanto isso, a Rússia, criticada pela sua inação no conflito, disse estar profundamente alarmado com a forte escalada na região.

“(O) lado russo insta as partes em conflito a cessarem o derramamento de sangue, cessarem imediatamente as hostilidades e regressarem ao caminho do acordo político e diplomático”, disse Maria Zakharova, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

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