Promoção do Ano: VEJA por apenas 4,00/mês
Continua após publicidade

Autoridade eleitoral da Venezuela diz que ‘não recebeu evidências’ da vitória de Maduro

Juan Carlos Delpino, ex-membro do CNE, afirmou que órgão 'falhou com país' ao realizar pleito sem transparência, culminando na contestação dos resultados

Por Da Redação
26 ago 2024, 14h29
  • Seguir materia Seguindo materia
  • aaa
    Elvis Amoroso e Nicolás Maduro (Jesus Vargas/Getty Images)

    O alto funcionário do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Juan Carlos Delpino, afirmou que “não recebeu nenhuma evidência” de que o presidente Nicolás Maduro venceu as eleições de 28 de julho, apesar do órgão federal ter proclamado sua vitória no mês passado. Em entrevista publicada nesta segunda-feira, 26, ao jornal americano The New York Times, Delpino frisou que o CNE “falhou com o país” ao realizar um pleito sem transparência, o que culminou na contestação dos resultados pela oposição e por grande parte da comunidade internacional.

    Publicidade

    “Estou envergonhado e peço perdão ao povo venezuelano. Porque todo o plano que foi tecido — realizar eleições aceitas por todos — não foi alcançado”, acrescentou na entrevista ao NYT.

    Publicidade

    Advogado, Delpino foi selecionado pelo CNE em agosto como um dos cinco membros responsáveis por arquitetar as eleições venezuelanas e analisar os resultados. Ele morava nos Estados Unidos e decidiu retornar ao país por ter “grandes níveis de comprometimento” com o futuro democrático de Caracas e por acreditar na “rota eleitoral” como forma de alcançar mudanças, disse ele ao NYT.

    Em 29 de julho, o CNE, órgão controlado pelo regime chavista, apontou o triunfo de Maduro com 51% dos votos, contra 44% de Edmundo González Urrutia, candidato da oposição que substituiu María Corina Machado, impedida de concorrer pela Justiça, que também não é vista como independente. Em contraste, levantamentos paralelos sugeriram que o rival de Maduro teria vencido o pleito com 67% de apoio, contra apenas 31% do líder bolivariano. Uma projeção da oposição com base em 80% dos boletins de urna obteve resultado semelhante.

    Publicidade
    Continua após a publicidade

    O principal ponto de questionamento é que o regime não divulgou os resultados na totalidade, sem a publicação das atas das zonas eleitorais, que reúnem informações de cada centro de votação.

    Com a declaração do triunfo “irreversível” de Maduro, Delpino renunciou ao conselho e não participou da coletiva do órgão que atestou a reeleição. Após faltar no evento, ele foi acusado por Diosdado Cabello, vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela, o mesmo de Maduro, de compor um “pequeno grupo de terroristas” que teria hackeado o sistema eleitoral para fraudá-lo com o intuito de eleger González.

    Publicidade

    + Ligado ao regime, Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela ratifica vitória de Maduro

    Continua após a publicidade

    Eleições repletas de irregularidades

    Delpino também citou uma série de irregularidades que teriam ocasionado “uma perda de confiança na integridade do processo e nos resultados anunciados”. Ele alegou que houve uma “preocupante” falta de reuniões dos integrantes do conselho antes das eleições, o que teria resultado em decisões “unilaterais do presidente do CNE, Elvis Amoroso, também membro do Partido Socialista Unido da Venezuela.

    Publicidade

    Além disso, o advogado destacou que a recusa do CNE em divulgar as atas, demandadas pela oposição e por uma gama de países, incluindo o Brasil; a expulsão de testemunhas eleitorais de seções nos momentos finais do pleito; e a interrupção da transmissão dos resultados das máquinas de votação mostram falhas no processo democrático venezuelano.

    As críticas encontraram eco entre observadores eleitorais internacionais. No início deste mês, Jennie Lincoln, a chefe da missão do Centro Carter na Venezuela, considerou que González venceu o pleito com mais de 60% dos votos. Além disso, ela garantiu que “não há provas” de que houve um ciberataque contra as urnas eletrônicas, motivo pelo qual o regime chavista justificou o atraso na publicação dos boletins de urna.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Veja e Vote.

    A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

    OFERTA
    VEJA E VOTE

    Digital Veja e Vote
    Digital Veja e Vote

    Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

    3 meses por 12,00
    (equivalente a 4,00/mês)

    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

    a partir de 49,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.