Por Paul Crock
SYDNEY, Austrália (AFP) – A polícia australiana prendeu quatro terroristas que planejavam um ataque suicida contra uma base militar, anunciaram nesta terça-feira as autoridades.
“Os suspeitos se preparavam para atacar pessoal militar e prosseguir com a ação até morte”, declarou Tony Negus, chefe da polícia nacional australiana.
“A intenção destes homens era a de penetrar em alojamentos militares e matar o maior número de pessoas possível. Se ocorresse, seria o mais grave ataque já realizado em solo australiano”, revelou Negus, destacando que a ação envolveria principalmente armas de fogo.
De origem libanesa e somali, os suspeitos foram detidos em uma série de batidas realizadas por mais de 400 policiais no estado de Victoria, no sudeste do país, disse Negus.
O plano para atacar a base militar era investigado por uma equipe de 400 agentes desde janeiro passado, revelou.
Segundo o comissário, “os membros do grupo procuravam uma fatwa ou um texto religioso para justificar um ataque terrorista contra a Austrália”.
Negus destacou que os terroristas têm ligações com o grupo islâmico radical somali dos shebab, que realiza uma ofensiva contra o atual governo de transição em Mogadíscio.
O comissário revelou que membros do grupo estiveram na Somália para “participar das hostilidades naquele país”.
Um dos suspeitos, que compareu ante um tribunal, foi indiciado por ligações com ações terroristas, enquanto que os outros três continuam a ser interrogados pela polícia. Um quinto homem, que havia sido preso antes, também está sendo interrogado.
O alvo dos suspeitos era a caserna de Holsworthy, em Sydney, mas eles também estavam observando outras bases militares.
Para o primeiro-ministro australiano, Kevin Rudd, essas prisões recordam a todos os australianos que a ameaça terrorita é algo bem real e que é preciso vigilância permanente por parte das autoridades encarregadas da segurança.
Mesmo assim, ele excluiu proceder à retirada dos 1.550 soldados australianos que se encontram no Afeganistão.
Segundo Andrew Scipione, chefe da polícia do EStado da Nova Gales do Sul, cuja capital é Sydney, o ataque teria sido iminente.
A célula detida tinha ligações com o grupo islamita radical somali shebab, que lançou em maio uma ofensiva contra o governo de transição de Mogadíscio, afirmou Negus.
“Os membros do grupo recorreram a uma fatwa (um texto religioso) para justificar o ataque terrorista contra a Austrália”, acrescentou.
Em fevereiro de 2009, um religioso muçulmano de origem argelina e seis outras pessoas foram condenada por participar numa rede que preparava ataques terroristas na Austrálla.
No total, doze homens foram presos em novembro de 2005 por ter programado ataques contra partidas de futebol ou outros lugares públicos com a intenção de matar centenas de pessoas. Os ataques tinha como objetivo forçar a Austrália a retirar suas tropas do Afeganistão.
A Austrália, que também se envolveu na guerra do Iraque, jamais sofreu ataques de extremistas em seu território. Mas quatro pessoas morreram em atentados contra o Hotel Hilton, de Sydney, e o consulado da Turquia em Melbourne em 1978 e 1986, respectivamente.
O país também pagou um preço alto em 2002 e 2005 em atentados em Bali, quando 92 turistas australianos morreram. Três australianos também forammortos no duplo atentado suicida cometido em 17 de julho passado contra dois hoteis de luxo de Jacarta.