Ativista do Pussy Riot é internado com sinais de envenenamento
Pyotr Verzilov está em estado grave; militante participou de invasão da final da Copa do Mundo em julho
Um membro do Pussy Riot foi internado em estado grave em Moscou, anunciou nesta quinta-feira (13) uma integrante do grupo russo de ativistas, que não descartou a possibilidade de envenenamento.
Veronika Nikulchina afirmou que Pyotr Verzilov começou a passar mal na terça-feira (11) à tarde, poucas horas depois de um julgamento em que teve de comparecer por acusações de desobediência.
“Durante a tarde, começou a passar mal. Perdeu a visão. Depois não conseguia falar, não me reconhecia”, afirmou Veronika Nikulchina, que é namorada de Verzilov, à rádio Eco de Moscou.
“Não descarto a possibilidade de uma intervenção externa”, disse, antes de afirmar que é necessário aguardar os resultados dos exames médicos.
Verzilov está internado na unidade de recuperação toxicológica de um hospital de Moscou. De acordo com Nikulchina, “os médicos dizem que o estado é grave, mas não divulgam informações”.
Seus amigos relataram que a mãe do ativista tentou visitá-lo no hospital, na quarta-feira à tarde, mas os funcionários do local não permitiram, e “inclusive recusaram informar a ela o estado de saúde e o diagnóstico preliminar de Verzilov”.
“No hospital, disseram a sua mãe que não tinham permissão para dar essa informação. Disseram-lhe que fosse embora e foram desrespeitosos. Falaram que ela não podia ficar ali e insistiram em que não podiam dar nenhum dado sobre seu filho até que ele mesmo assinasse a autorização”, relatou o site de notícias Meduza.
Os amigos do ativista denunciaram que Verzilov não pode assinar nenhuma permissão no estado em que se encontra.
Veronika Nikulchina e Piotr Verzilov estavam entre os quatro integrantes do grupo Pussy Riot que invadiram o gramado durante a final da Copa do Mundo da Rússia-2018, entre França e Croácia. Eles foram condenados a 15 dias de prisão por esta invasão.
Piotr Verzilov é o fundador do site MediaZona, que informa sobre os julgamentos de ativistas dos direitos humanos.
Recentemente trabalhava em um filme com Alexander Rastorguyev, morto em agosto ao lado de outros dois jornalistas na República Centro-Africana. Eles investigavam a presença de mercenários russos no país.
A banda Pussy Riot foi formada em 2011 com o objetivo de misturar arte e política em vídeos e performances. Acabou ficando mais conhecida por seu ativismo feminista do que pela música.
(Com AFP e EFE)