Ativista de movimento gay é assassinado em Uganda
Ele teve sua foto publicada por um jornal do país sob a manchete 'Enforque-os'
Um militante homossexual de Uganda cuja foto foi publicada por um tabloide regional sob a manchete “Enforque-os” foi morto em sua casa na quarta-feira. O crime ocorreu a 15 quilômetros de Kampala, a capital do país africano. David Kato era um ativista da Associação Minorias Sexuais em Uganda.
Segundo o advogado da vítima, John Francis Onyango, o crime ocorreu por volta das 13h30. Informações preliminares indicam que um homem invadiu a casa de Kato e o matou a marteladas. O criminoso conseguiu fugir. A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW) informou que o ativista morreu durante a transferência para o hospital.
Em 2010, Kato e outros ativistas do país tiveram suas fotos publicadas pelo jornal Rolling Stone (sem qualquer relação com a revista americana de mesmo nome) em um texto que fazia críticas aos homossexuais. Uganda é conhecida internacionalmente por seu enorme desrespeito à população gay. A homossexualidade é ilegal no país e seus praticantes podem ser condenados a até 14 anos de prisão.
Em 2009, o parlamentar David Bahati tentou aprovar um projeto de lei que condenava os gays à prisão perpétua. Reincidentes encarariam a pena de morte e testemunhas de atos homossexuais que não denunciassem os infratores em até 24 horas também responderiam a processo. Execrada pela comunidade internacional, a medida ainda está disposta para votação parlamentar no país.
Uma onda de violência contra homossexuais, com casos de espancamentos com barras de ferro, tomou conta de Mukono, onde vivia o ativista, nos últimos dias. Ainda não é claro se a morte de Kato foi provocada pela campanha do Rolling Stone, mas a Associação Minorias Sexuais em Uganda diz que ele vinha recebendo ameaças de morte desde então.
Frank Mugisha, diretor executivo do grupo, alertou a comunidade gay para que redobre sua cautela. “Estamos recomendando fortemente a cada gays, lésbica, bissexual e transgênero em Uganda que cuide de sua segurança e tome cuidado redobrado”, disse ele à rede britânica BBC.
(Com agência France-Presse)