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Atentados no Iraque matam 67 pessoas em meio à crise política

Por Por Prashant Rao
22 dez 2011, 16h01

Ao menos 67 pessoas morreram em uma onda de atentados em Bagdá nesta quinta-feira, na primeira explosão de violência no país desde o início de uma grave crise política, iniciada após a saída das forças militares americanas do território iraquiano.

O número anterior era de 57 mortos e 176 feridos.

Dois novos atentados ocorreram nesta quinta-feira em Bagdá e em um posto do exército em Mosul (norte), que foi atacado por disparos, elevando a 67 o número de mortos da onda de violência no Iraque, segundo fontes médicas e de segurança.

Depois de mais de uma dezena de atentados em Bagdá, cometidos durante a manhã, na hora de maior tráfego de veículos, três pessoas morreram em dois novos ataques na noite, um em um café e outro em um mercado.

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Em um ataque coordenado, cerca de dez bombas explodiram no início da manhã, em diferentes bairros da capital, majoritariamente xiitas.

Essas ações violentas são as primeiras a ocorrer desde o início da crise política que ameaça a trégua entre as diferentes forças do país, e fazem temer um retorno da violência religiosa, poucos dias depois da retirada das tropas americanas.

Os atentados foram realizados nos bairros de Bab al Muatham, Karrada e Allaui, no centro da capital, em Adhamiyah, Shuala e Shaab (norte), em Jadriyah, no leste, e em Al Amil, no sul, segundo as autoridades.

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“Não eram dirigidos contra instituições ou postos de segurança”, mas principalmente contra “escolas, trabalhadores, e a agência anticorrupção”, disse à AFP o general Qasim Atta, porta-voz do sistema de segurança de Bagdá.

O atentado mais grave foi realizado por um suicida ao volante de um carro-bomba que explodiu em frente aos escritórios da agência anticorrupção, matando 23 pessoas, entre elas cinco investigadores, informou um funcionário do Ministério do Interior.

Outras duas bombas colocadas em uma estrada e um carro-bomba no bairro de Alaowi, do centro de Bagdá, deixaram 16 mortos, na maioria operários da construção.

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Os locais onde ocorreram as explosões foram cercados pela polícia com o apoio de helicópteros, enquanto o reforço dos controles nos postos de segurança deixava o trânsito mais caótico que o normal, constataram jornalistas da AFP.

O enviado especial das Nações Unidas em Bagdá, Martin Kobler, deplorou os ataques “horríveis”. A embaixada americana declarou ser “particularmente importante durante este período crítico que os líderes políticos do Iraque resolvam suas diferenças pacificamente”.

O premiê, o xiita Nuri al Maliki, fez um chamado a “todas as forças nacionais de boa vontade (…) a permanecer ao lado das forças de segurança”.

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Nos últimos cinco dias, foi emitido um mandado de prisão contra o vice-presidente sunita Tarek al-Hashemi, o chefe de governo pediu a renúncia do vice-primeiro-ministro sunita e o bloco parlamentar Al-Iraqiya, apoiado pelos sunitas, decidiu boicotar a Assembleia e o governo.

O Al-Iraqiya, segundo maior grupo parlamentar, atrás da coalizão xiita Aliança Nacional, denunciou a “ditadura” do primeiro-ministro.

Um de seus membros, o vice-primeiro-ministro Saleh Mutlak, classificou Nuri al-Maliki de “ditador pior que Saddam Hussein”.

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Maliki convocou as autoridades da região autônoma do Curdistão (norte) a entregar à justiça o vice-presidente Hashemi e ameaçou substituir os ministros pertencentes ao Al-Iraqiya se continuarem boicotando o governo de união nacional.

O vice-presidente é suspeito de ter financiado e apoiado atentados realizados por seus guarda-costas.

Hashemi negou com veemência as acusações e afirmou que estava disposto a ser submetido a julgamento, com a condição de que o processo seja realizado na região autônoma curda, onde encontra-se atualmente.

O vice-presidente acrescentou que as aparentes confissões transmitidas pela televisão oficial, vinculando-o a ataques, eram “falsas” e estavam “politizadas”.

Maliki e outros líderes convocaram reuniões para resolver a crise, mas o porta-voz do primeiro-ministro disse à AFP que não aceitará nenhuma mediação nas acusações contra Hashemi.

A violência encontra-se atualmente em um nível inferior à registrada em 2006 e 2007, mas os ataques continuam sendo comuns. Em novembro morreram 187 pessoas, de acordo com dados oficiais.

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