Um motorista atropelou um grupo de pessoas em um ponto de ônibus nos arredores de Jerusalém nesta sexta-feira, 10. O atentado com o carro-bomba matou duas pessoas: um homem de 20 anos chamado de Alter Shlomo Liderman, e um menino de 6, informaram os serviços de emergência israelenses.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, descreveu o incidente como um ataque terrorista e ordenou o reforço das forças de segurança. Segundo a agência de notícias AFP, o gabinete do chefe de Estado divulgou um comunicado informando que iniciaria imediatamente o isolamento e destruição da casa do agressor Hussein Qaraqe, de 31 anos.
Um homem que testemunhou o ocorrido disse ao Canal 12, de Israel, que um civil armado atirou no agressor antes que a polícia chegasse. De acordo com ele, o motorista do carro-bomba depois foi morto a tiros por policial que estava de folga.
“Todas [as vítimas] estavam deitadas, jogadas de um lado para o outro, em péssimas condições. Para nosso pesar, uma criança não sobreviveu”, afirmou Ariel Ben-David, médico voluntário do serviço de ambulância United Hatzalah, à Rádio do Exército.
O atentado ocorreu na área de Ramot, que faz parte da área de Jerusalém que foi anexada por Israel após a guerra no Oriente Médio, em 1967.
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O serviço de emergência Magen David Adom informou que outras cinco pessoas ficaram feridas no ataque, incluindo uma criança de 8 anos que se encontra em estado crítico. Outras duas pessoas estão inconscientes e em estado grave, e mais duas estão em estado moderado.
O ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, responsável pelas forças policiais, também visitou o local junto com o comandante da polícia do distrito de Jerusalém, Doron Turgeman. Abertamente anti-árabe, Ben-Gvir afirmou à AFP que ordenou a polícia a montar postos de controle em toda a região em que Qaraqe morava.
Apesar de ter certas limitações legais, ele informou ainda que deseja impor um bloqueio legal no bairro de Jerusalém Oriental.
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“Na próxima semana, apresentarei uma lei que facilitará o processo de permissão de armas de fogo para civis e permitirá que [as forças] realizem buscas em cada casa, sem equipes jurídicas”, disse o ministro, alegando que gostaria de impor pena capital a terroristas.
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As forças israelenses realizaram centenas de prisões nos últimos meses durante ataques quase diários na Cisjordânia ocupada. As incursões resultaram em sangrentos tiroteios com militantes palestinos. Mais de 35 palestinos, incluindo homens armados e civis, foram mortos até o momento neste ano.
O atentado foi elogiado por um porta-voz do grupo islâmico que comanda a Faixa de Gaza, Hamas, que caracterizou-o como uma “operação heroica”, mas não reivindicou a responsabilidade pelo ataque.
O incidente ocorre durante um período de alta tensão, logo depois que um adolescente palestino de 13 anos matou sete pessoas a tiros do lado de fora de uma sinagoga em Jerusalém Oriental, em janeiro.