Cairo, 23 dez (EFE).- Ao menos 30 pessoas morreram nesta sexta-feira, a maioria civis, e 55 ficaram feridas por dois atentados suicidas perpetrados nas imediações de dois edifícios da Segurança Central em Damasco, segundo a emissora de televisão libanesa ‘Al-Manar’, voz do grupo pró-sírio Hisbolá.
A ‘Al-Manar’, que citou fontes próprias não identificadas, ressaltou que se trata de números provisórios.
As explosões ocorreram por volta das 10h local (6h de Brasília) no distrito de Kfar Souseh, onde há vários complexos dos serviços de Inteligência.
A rede de televisão oficial síria mostrou imagens de inúmeros danos ocasionados na área, assim como vários corpos carbonizados.
Já a agência de notícias oficial síria, ‘Sana’, destacou que as investigações preliminares apontam a Al Qaeda como responsável pelo duplo atentado.
O último ataque desse calibre aconteceu na capital síria em 27 de setembro de 2008, quando a explosão de um carro-bomba causou 17 mortes e deixou 14 feridos na região de Saida Zainab, que abriga uma mesquita xiita com o mesmo nome.
O atentado foi supostamente perpetrado por membros do grupo terrorista sunita Fatah al-Islam, que confessaram a autoria do atentado na televisão e disseram ter recebido dinheiro da coalizão anti-Síria libanesa.
Enquanto isso, em outras províncias da Síria continua nesta sexta a repressão dos protestos antigovernamentais pelas forças leais ao regime de Bashar Al Assad, que acusa grupos terroristas armados de estarem por trás dos mesmos.
Segundo os opositores Comitês de Coordenação Local, pelo menos oito pessoas perderam a vida hoje por disparos das forças pró-regime na província de Homs, uma das principais fortificações da oposição.
Os Comitês detalharam que as forças de segurança abriram fogo contra os manifestantes que saíam da mesquita de Omar, no bairro de Jandali, em Homs, em uma nova sexta-feira de protestos contra o regime no país.
Estes novos atos violentos foram registrados depois da chegada de um grupo de analistas da Liga Árabe para comprovar no território que o regime cumpre a iniciativa árabe para solucionar a crise no país, que estipula, entre outros pontos, o fim da violência.
A rede de televisão oficial informou em uma breve nota que os observadores visitaram o local dos atentados nesta sexta, sem oferecer mais detalhes.
Na quinta, a agência estatal divulgou que o governo enviou uma carta à Assembleia Geral e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas na qual cifrou em mais de 2 mil o número de membros das Forças Armadas mortos nos últimos meses.
Desde que começaram os protestos, em março, mais de 5 mil pessoas morreram pela repressão governamental, segundo a ONU, apesar de Damasco culpar grupos terroristas da violência. EFE