Ataques com armas químicas matam mais de mil na Síria, diz oposição
França e Grã-Bretanha pediram acesso à região para investigadores da ONU
Por Da Redação
21 ago 2013, 10h45
Veja.com Veja.com/VEJA.com
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1/83 Conflitos na Síria já duram mais de três anos, deixando mais de 162 mil mortos. Na foto, civis observam um prédio destruído na cidade de Aleppo, ao norte do país (Hosam Katan/Reuters/VEJA)
2/83 Conflitos na Síria já duram mais de três anos. Na foto, soldados do exército nacional em treinamento no distrito de Idlib, noroeste do país (Nour Kelze/Reuters/VEJA)
3/83 Combatentes do exército sírio disparam um foguete na cidade de Aleppo, norte do país. Os conflitos na Síria já duram mais de três anos (Hosam Katan/Reuters/VEJA)
4/83 Uma igreja destruída é fotografada na cidade de Maalula, na Síria. O conflito no país já dura mais de três anos (Joseph Eid/AFP/VEJA)
5/83 Em imagem divulgada nesta quarta-feira (26), multidão de moradores do bairro al-Yarmouk, transformado em campo de refugiados no sul de Damasco, aguarda a distribuição de alimentos pela agência UNRWA, da ONU (UNRWA/ Reuters/VEJA)
6/83 Sírios em um prédio após ataque aéreo no norte da cidade de Aleppo (APF/VEJA)
7/83 Visão geral mostra edifícios danificados ao longo de uma rua deserta na área sitiada de Homs, na Síria (Reuters/VEJA)
8/83 As pessoas passam por edifícios danificados em Aleppo (Reuters/VEJA)
9/83 Um bebê foi resgatado com vida de escombros após um ataque aéreo ao distrito de Duma, em Damasco (Síria), nesta terça-feira (07) (Bassam Khabieh/Reuters)
10/83 Um bebê foi resgatado com vida de escombros após um ataque aéreo ao distrito de Duma, em Damasco (Síria), nesta terça-feira (07) (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
11/83 Menino resgatado com vida após bombardeio ao distrito de Duma, em Damasco (Síria) (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
12/83 Menino resgatado com vida após bombardeio ao distrito de Duma, em Damasco (Síria) (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
13/83 Militantes rebeldes em Idlib, Síria (Frederic Lafargue/AFP/VEJA)
14/83 Membros da brigada al-Ezz bin Abdul Salamna província de Latakia, oeste da Síria, em 25 de abril de 2013 (Miguel Medina/AFP/AFP)
15/83 Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria (EFE/VEJA)
16/83 Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria (EFE/VEJA)
17/83 Foto do comitê local de Arbeen mostra inspetor de armas das Nações Unidas durante a coleta de amostras em Zamalka, a leste de Damasco, na Síria (EFE/VEJA)
18/83 Rastro de destruição na cidade síria de Maaloula (Louai Beshara/AFP/VEJA)
19/83 Refugiados sírios caminham perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Gregorio Borgia/AP/VEJA)
20/83 Refugiados sírios fazem fila perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Gregorio Borgia/AP/VEJA)
21/83 Refugiados sírios caminham perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
22/83 Refugiados sírios caminham perto da fronteira com a Turquia para tentar deixar o país. A ONU divulgou na terça-feira (3) que o número de refugiados sírios chegou a 2 milhões (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
23/83 Rebelde sírio carrega morteiros caseiros na cidade de Raqqa, nesta quarta-feira (04) (Mezar Matar/AFP/VEJA)
24/83 Um combatente rebelde e uma criança atravessam uma ponte danificada na cidade de Deir Ezzo, no leste da Síria, nesta segunda-feira (02) (Abo Shuja/AFP/VEJA)
25/83 Rebelde sírio aponta arma contra soldados do Exército em zona industrial de Deir Ezzor, nesta segunda-feira (02). O governo da Síria pediu hoje à ONU que impeça a ação militar (Abo Shuja/AFP/VEJA)
26/83 Especialistas em armas químicas da ONU visitam pessoas afetadas pelo suposto ataque com gás, em um hospital no subúrbio de Damasco - (26/08/2013) (Abo Alnour Alhaji/Reuters/VEJA)
27/83 Especialista em armas químicas da ONU reúne provas em um dos locais do suposto ataque com gás venenoso no subúrbio de Damasco - (26/08/2013) (Ahmad Alshami/Reuters/VEJA)
28/83 Atiradores disparam contra comboio de inspetores da ONU na Síria, nesta segunda-feira (26). A equipe tentava chegar ao local onde rebeldes dizem que o regime de Bashar al-Assad teria usado armas químicas na semana passada (AP/VEJA)
29/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
30/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em imagem retirada de um vídeo postado no YouTube, em 21/08/2013 (YouTube/Local Committee of Arbeen/AFP/VEJA)
31/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria (AFP/VEJA)
32/83 Criança é socorrida após ataque na Síria (AFP/VEJA)
33/83 Homem entre vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (Reuters/VEJA)
34/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (AFP/VEJA)
35/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (AFP/VEJA)
36/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria (AFP/VEJA)
37/83 Parentes e ativistas inspecionando os corpos das pessoas que podem ter sofrido um ataque por gás na região de Ghouta, nos arredores de Damasco (Mohamed al-Abdullah/Reuters/VEJA)
38/83 Vítimas do ataque na região de Goutha, na Síria, em 21/08/2013 (AFP/VEJA)
39/83 Parentes e ativistas inspecionando os corpos das pessoas que podem ter sofrido um ataque por gás na região de Ghouta, nos arredores de Damasco (Hadi Almonajed/Reuters/VEJA)
40/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Fadi al-Dirani/Reuters/VEJA)
41/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
42/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque, em 21/08/2013 (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
43/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Bassam Khabieh/Reuters/VEJA)
44/83 Sobreviventes de um suposto ataque com gás dentro de uma mesquita no bairro Duma em Damasco, ativistas sírios acusaram as forças do presidente Bashar al-Assad do ataque (Mohamed al Abdullah/Reuters/VEJA)
45/83 Sírios caminham no campo de refugiados Al Zaatri, na cidade de Mafraq, na Jordânia (REUTERS/Muhammad Hamed/VEJA)
46/83 Crianças esperam para receber alimentos e ajuda em campo de refugiados na cidade de Bab al-Salam, na Síria (Ahmed Jadallah/Reuters/VEJA)
47/83 Criança síria brinca em campo de refugiados na fronteira entre Turquia e Síria, próximo à cidade de Azaz (Elias Edouard/AFP/VEJA)
48/83 Filhos de refugiado da Síria assistem à aula em uma escola improvisada na cidade de Azaz, na fronteira com a Turquia (Marco Longari/AFP/VEJA)
49/83 Prédios em Alepo, na Síria, exibem as marcas da guerra civil (AP/VEJA)
50/83 Mísseis russos S-300, do tipo que teria sido enviado à Síria (Vladimir Mashtin/AFP/VEJA)
51/83 Ativista sírio durante manifestação contra a participação do Hezbollah, grupo armado libanês, na guerra civil na Síria, ao lado das tropas do ditador Bashar al Assad (Hussein Malla/AP/VEJA)
52/83 Foto de Homs, Síria, 5 de abril, 2013 (AFP/AFP)
53/83 Explosão nos arredores de Damasco durante ataque aéreo israelense (EFE/EPA/SNN/Reprodução de TV/VEJA)
54/83 Família síria examina destroços em Maarat al-Numan, Síria, em 20 de março de 2013 (Bulent Kilic/AFP/AFP)
55/83 Bombeiro auxilia sua equipe onde carro-bomba explodiu no centro de Damasco, Síria (Louai Beshara/AFP/VEJA)
56/83 Fumaça encobre local onde carro-bomba explodiu no principal bairro empresarial de Damasco, na Síria (SANA/Handout/Reuters/VEJA)
57/83 Área da província síria de Latakia após bombardeio (Miguel Medina/AFP/AFP)
58/83 Destruição causada por um ataque aéreo à cidade síria de Aleppo, em 10 de abril (Dimitar Dilkoff/AFP/AFP)
59/83 Área destruída por combates na cidade de síria de Aleppo (AFP/AFP)
60/83 Rebelde é fotografado saido por buraco na parede, na Síria (Javier Manzano/AFP/VEJA)
61/83 Membro do Exército Livre da Síria em busca de abrigo contra tiros de inimigos na linha de frente de Moaskar, um dos campos de batalha no bairro de Karmal Jabl, em Aleppo (Narciso Contreras/AP/VEJA)
62/83 Membro do Exército Livre da Síria dispara contra inimigos na linha de frente de Moaskar, um dos campos de batalha no bairro de Karmal Jabl, em Aleppo (Narciso Contreras/AP/VEJA)
63/83 Ataque aéreo mata pelo menos 44 pessoas no norte da Síria (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
64/83 Pessoas rezam sobre as ruínas de prédio bombardeado pela Força Aérea Síria na cidade de Maaret al-Numan, no noroeste do país, região sob controle do exército rebelde (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
65/83 Homem carrega corpo de irmão morto durante conflito no bairro Saif al-Dawla na cidade de Aleppo (Síria), em meio a combates entre oposição e forças do governo (Zac Baillie/AFP/VEJA)
66/83 Montagem com imagens retiradas de um vídeo disponível no YouTube nesta quarta-feira (17) mostra um helicóptero da Força Aérea síria, supostamente derrubado por membros do exército rebelde sobre a estrada entre Damasco e Aleppo (AFP/VEJA)
67/83 Mulher é vista entre tendas em um campo de refugiados na fronteira com a Turquia, em área próxima ao vilarejo de Azaz, na Síria (Manu Brabo/AP/VEJA)
68/83 Civis e integrantes do Exército Sírio Livre procuram corpos nos escombros de uma casa destruída por duas bombas da Força Aérea Síria, que tinham como alvo um centro de comando rebelde (Adam Dean/Panos Pictures/VEJA)
69/83 Um sapato é colado na boca de uma estátua do falecido presidente da Síria Hafez al-Assad, no museu de Maaret al-Numan (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
70/83 Sírios aguardam no campo de refugiados de Al-Salama, próximo à fronteira entre a Síria e a Turquia (Vedat Xhymshiti/AFP/VEJA)
71/83 Civis observam destruição causada por bombardeio da força aérea síria na cidade de Azaz (Reuters/VEJA)
72/83 Retrato do presidente sírio, Bashar al-Assad queimando durante confrontos entre rebeldes e as tropas sírias no distrito de Salaheddin norte da cidade de Aleppo (Bulent Kilic/AFP/VEJA)
73/83 Soldado do Exército Livre da Síria dispara contra forças do regime no disputado bairro de Izza, em Aleppo, no norte do país (Zac Baillie/AFP/VEJA)
74/83 Forças leais ao presidente Bashar al-Assad avançam em área da cidade de Aleppo, na Síria (George Ourfalian/Reuters/VEJA)
75/83 Garota durante protesto contra o governo de Bashar al-Assad (Andrew Winning/Reuters/VEJA)
76/83 Aleppo Souk, maior mercado coberto do mundo, em Aleppo, Síria (Kaveh Kazemi/Getty Images/VEJA)
77/83 Manifestação contra o governo de Bashar al-Assad em Hama, Síria (AFP/VEJA)
78/83 Bandeiras durante comemoração do Dia da Independência da Síria, próximo à fronteira de Israel (Uriel Sinai/Getty Images/VEJA)
79/83 Camelos na cidade antiga de Palmira, Síria (DEA/C. SAPPA/De Agostini/Getty Images/VEJA)
80/83 Mesquita Omayyad em Damasco, Síria (Getty Images/VEJA)
81/83 Interior de mesquita em Damasco, Síria (Ingram Publishing/Getty Images/VEJA)
82/83 Mulheres em protesto contra o governo em Idlib, Síria (Rodrigo Abd/AP/VEJA)
83/83 Menino pastorando ovelhas em Palmira, Síria (Renan Rosa/VEJA)
Grupos de oposição ao governo Sírio afirmam que as forças do ditador Bashar Assad perpetraram nesta quarta-feira ataques com armas químicas em regiões da periferia de Damasco. Segundo o grupo opositor Coalizão Nacional Síria, citado pela rede britânica BBC, mais de 1 000 pessoas morreram. Por causa das restrições impostas pelo governo ao trabalho de jornalistas na guerra civil no país, a informação não pôde ser confirmada por fontes independentes. Outros grupos opositores, como o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os Comitês de Coordenação Local e a Comissão Geral da Revolução Síria afirmam que há centenas de mortos, incluindo mulheres e crianças. Os governos da França e da Grã-Bretanha exigiram que Assad libere aos inspetores da ONU que estão na Síria acesso aos locais que foram alvo dos ataques. O ditador nega as acusações.
O número exato de mortos segue incerto: George Sabra, líder interino da Coalizão Nacional Síria, afirma que 1 300 pessoas morreram em um bombardeio com gás venenoso nos subúrbios da capital. Já o Escritório de Mídia de Damasco contabiliza 494 corpos. Mais cedo, a Comissão Geral da Revolução Síria relatou à rede Al Arabiya que a operação, realizada nas regiões de Al Guta e Muadamiya al Sham, havia deixado ao menos 650 mortos.
• Durante a onda da Primavera Árabe, que teve início na Tunísia, sírios saíram às ruas em 15 de março de 2011 para protestar contra o governo do ditador Bashar Assad.
• Desde então, os rebeldes enfrentam forte repressão pelas forças de segurança. O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos no país, de acordo com levantamentos feitos pela ONU.
• Em junho de 2012, o chefe das forças de paz das Nações Unidas, Herve Ladsous, afirmou pela primeira vez que o conflito na Síria já configurava uma guerra civil.
• Dois meses depois, Kofi Annan, mediador internacional para a Síria, renunciou à missão por não ter obtido sucesso no cargo. Ele foi sucedido por Lakhdar Brahimi, que também não tem conseguido avanços.
As fotos e vídeos divulgados por ativistas e organizações ligadas a rebeldes mostram corpos amontados sem sinal aparente de sangue ou ferimentos, indícios do uso de gás tóxico no ataque. Países como Grã-Bretanha, França, Estados Unidos e Israel têm afirmado repetidamente que há provas de que o gás sarin já foi utilizado no conflito sírio. A substância tóxica, que atua sobre o sistema nervoso, foi desenvolvida por cientistas alemães como parte dos preparativos do ditador Adolf Hitler para a II Guerra Mundial. Utilizado no ataque que matou treze pessoas no metrô de Tóquio em 1995, o sarin provoca convulsões, insuficiência respiratória e, dependendo do tempo da exposição da vítima ao gás, pode levar à morte. A aparência acinzentada dos corpos de vítimas desse tipo de ataque é semelhante à apresentada pelos mortos da ofensiva síria.
Por outro lado, a CBRNe World, uma publicação que fala sobre armas não convencionais, disse ao jornal The Telegraph que é difícil determinar um agente químico específico a partir dos sintomas que aparecem nas imagens, mas que pode ser uma arma química ou um agente usado pela polícia para controlar tumultos. “A falta de munição convencional sugere que foi usada uma munição não convencional ou um RCA (agente de controle de desordem, na sigla em inglês) em um espaço confinado, mas quem a disparou e o que é exatamente ainda precisa ser provado”, disse Gwyn Winfield, diretor da publicação.
Se a causa e o número de mortes forem oficialmente confirmados, será o pior ataque com armas químicas do mundo desde 1988, no massacre de milhares de curdos na cidade de Halabja, no Iraque, sob as ordens de Saddam Hussein. A Coalizão Nacional Síria divulgou um comunicado pedindo uma reunião emergencial do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a União Europeia urgiu uma investigação imediata sobre o ataque.
O ministro sírio de Informação, Omran al-Zoubi, negou na televisão estatal todas as informações e disse que elas fazem parte de uma campanha para deslegitimar o grupo de investigadores da ONU no país, que estão em Damasco para investigar denúncias de ataques de armas químicas realizados em março. “Tudo que foi dito é ridículo, ingênuo, ilógico, subjetivo e não científico”, disse al-Zoubi. Governo e oposição se acusam mutuamente de utilizar armas químicas na guerra civil que já deixou mais de 100 000 mortos desde 2011.
Fontes da oposição síria afirmaram ao jornal The Guardian que foguetes com gás sarin atingiram a região de Al Guta nesta quarta, no leste da capital Damasco, onde há forte presença de rebeldes. Bayan Baker, uma enfermeira de um hospital da periferia de Damasco, confirmou à agência Reuters 213 mortos. “Muitos dos mortos são mulheres e crianças. Eles chegaram com as pupilas dilatadas, membros do corpo frios e espuma na boca, sintomas típicos de vítimas de gás venenoso”, disse ela à agência. Ativistas divulgaram fotos de dezesseis crianças no chão de um hospital.
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O presidente da França, François Hollande, disse nesta quarta em uma reunião de gabinete que as últimas denúncias “requerem verificação e confirmação” e que ele pretende pressionar as Nações Unidas para esclarecer o ocorrido, segundo o porta-voz do governo, Najat Vallaud-Belkacem.
Já o ministro de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, expressou preocupação com a denúncia e disse que, se confirmada, marcaria uma “escalada chocante” do uso desse tipo de armas. “Eu peço para o governo sírio que permita acesso imediato à área para a equipe da ONU que está investigando alegações anteriores do uso de armas químicas. A Grã-Bretanha levará essa questão no Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse Hague.
Uma equipe de inspetores da ONU já está em Damasco para investigar as denúncias de uso de armas químicas em março. O chefe da equipe, Ake Sellstrom, disse que é preciso que um país membro da ONU faça um pedido formal de investigação através da organização e que o governo sírio esteja de acordo.
Massacre – Os Comitês Populares de Coordenação (LCC) afirmaram que os ataques deixaram “centenas de mártires, além de centenas de feridos, essencialmente civis, incluindo dezenas de mulheres e crianças, mortos pelo uso de gases tóxicos por parte do regime criminoso contra as localidades da Guta Oriental”. Também acusam o regime de ter cometido um “crime indescritível com armas químicas”.
Um longo vídeo amador e fotografias apareceram na Internet. Um vídeo que teria sido feito no bairro Kafr Batna mostra uma sala com mais de noventa corpos, muitos deles crianças e algumas mulheres e homens idosos. A maioria dos corpos pareciam cinzentos ou pálidos, mas sem ferimentos visíveis. Cerca de uma dúzia estavam embrulhados em cobertores. A comissão geral de revolução síria divulgou vídeos no YouTube que mostram, segundo a organização, um “massacre cometido pelas forças do regime com gases tóxicos, provocando várias dezenas de mártires e de feridos”.
Outras imagens mostram médicos tratando pessoas em clínicas improvisadas. Um vídeo mostra os corpos de uma dúzia de pessoas deitadas no chão de uma clínica, sem ferimentos visíveis. O narrador no vídeo disse que eram todos membros de uma única família. Em um corredor do lado de fora estavam mais cinco corpos.
O chefe da Coalizão Nacional Síria, de oposição, disse que as forças de Assad haviam realizado um massacre. “Esta é uma oportunidade para os inspetores da ONU verem com seus próprios olhos este massacre e sabemos que este regime é criminoso”, disse Ahmed Jarba. Autoridades do governo de Assad disseram que nunca usariam gás venenoso contra os sírios.
A Síria é um dos poucos países que não fazem parte do tratado internacional que proíbe armas químicas, e as nações ocidentais acreditam que tenha reservas não declaradas de gás mostarda, sarin e agentes nervosos.
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