Christina Koch e Jessica Meir foram as protagonistas da primeira caminhada espacial só de mulheres nesta sexta-feira, 18. As astronautas da Nasa deixaram a Estação Espacial Internacional às 9h do horário de Brasília para trocar um controlador de potência, que regula as baterias da estação. No meio da atividade rotineira, fizeram história.
A primeira caminhada espacial aconteceu em 1965, quando Alexei Lenov, recentemente falecido, flutuou no grande vazio durante 12 minutos. Muitos e muitas astronautas seguiram seus passos, e mais de 60 mulheres já viajaram para fora da Terra, mas elas sempre estiveram acompanhadas por homens.
Essa disparidade virou uma questão pública por acidente, quando a Nasa escalou Koch e Anne McClain em março deste ano para instalar algumas baterias de lítio, fonte de energia da estação. A mídia foi tomada por manchetes de “Primeira caminhada espacial 100% feminina”, só para ter a expectativa rapidamente frustrada.
Ambas as astronautas utilizam trajes espaciais de tamanho médio, e a Nasa tinha apenas um. Por isso, McClain mandou o colega Nick Hague em seu lugar, e o marco histórico foi adiado. A troca causou uma comoção geral, e até a ex-primeira-dama e ex-candidata à Presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton demandou no Twitter: “Façam outro traje”.
Make another suit. https://t.co/mu9w13xsi0
Continua após a publicidade— Hillary Clinton (@HillaryClinton) March 26, 2019
Sete meses depois, a roupa espacial ficou pronta, e o que começou como uma escalação não intencional de duas mulheres para uma missão virou um ato político. A caminhada de Koch e Meir durou seis horas, a troca do controlador foi um sucesso, e jogou holofotes sobre o legado do sexismo em programas espaciais.
Em 2024, o programa Artemis da Nasa pretende levar a primeira mulher (e o próximo homem) à Lua, e depois possivelmente mandar astronautas a Marte. Pelo menos, para esse projeto, já estão trabalhando nos trajes femininos.